Izzy Move chega às estradas para mostrar que o setor do táxi “não está adormecido”

A app dos taxistas começa a operar esta terça-feira em Lisboa. Em breve chega às ruas do Porto, Oeiras e Algarve. ANTRAL quer 3.000 táxis a funcionar na plataforma no final de abril.

O setor do táxi quer entrar na corrida dos serviços eletrónicos de transportes privados urbanos, competindo, lado a lado, com plataformas como a Uber ou a Bolt. Para isso, a Associação Nacional de Transporte Rodoviário em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) desenvolveu a Izzy Move, que começa a operar em Lisboa a partir desta terça-feira.

Em breve, a app dos taxistas chegará, também, ao Porto, Oeiras e Algarve. No final do mês de abril, a ANTRAL prevê que haja um total de três mil viaturas a percorrer as estradas portuguesas.

A Izzy Move vem, assim, provar que o setor do táxi quer e está já a aderir aos ventos da mudança. Segundo a ANTRAL, trata-se de “uma ferramenta para dinamizar um setor que em nada está adormecido, pelo contrário. Está bem vivo e entende o conceito de smart cities“.

Florêncio de Almeida, presidente da associação e um dos protagonistas do braço de ferro entre taxistas e plataformas eletrónicas, considera que “hoje é um dia histórico”. “Estamos a modernizar e a inovar”, disse, durante a apresentação da Izzy Move, acrescentando que o setor do táxi tem de se adaptar a novas realidades.

A plataforma pretende funcionar de maneira semelhante à da Uber ou da Bolt. O cliente chama o carro através da aplicação, insere o destino da viagem, vê a estimativa do custo e aguarda pelo veículo. No final da viagem é que há alguns aspetos diferentes.

Uma espécie de Uber, apesar de algumas diferenças

Ao contrário das outras plataformas deste género, na Izzy Move é o próprio taxista que introduz, no final da viagem, o custo total da mesma. O taxista introduz na app o valor que o taxímetro apresenta e o cliente, por sua vez, deve aceitar o valor e, finalmente, pagar.

Pelo menos para já, a Izzy Move vai funcionar desta forma, ainda que a ANTRAL admita que no futuro o pagamento possa vir a ser mais eficiente, o que implicaria alterações aos mecanismos atuais nos táxis.

Também o suplemento de chamada deverá permanecer, ainda que o presidente da ANTRAL afirme que “o objetivo é acabar com [ele]”.

Florêncio de Almeida prefere, contudo, salientar aquela que considera ser uma das grandes vantagens desta aplicação, quando comparada com outras que já operam no país. É que a Izzy Move é a única app deste género em Portugal que apresenta um suporte tradicional de call center, disponível 24 horas, sete dias por semana, para esclarecer as dúvidas dos clientes.

Também a avaliação do serviço, no final da viagem, vai possibilitar ao cliente avaliar, não só o motorista, mas também a própria viatura. A ANTRAL garante que os veículos da Izzy Move primam pela tecnologia e pela qualidade do serviço. Com mais de 100 anos, “o táxi é essencial na vida de uma cidade e está cada vez mais orientado para o consumidor final, ou seja, o cliente”, afirma a associação.

Também a proposta de fardas para os taxistas é uma das diferenças face a outras plataformas eletrónicas de transporte. Proposta que José Mendes, secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, presente no evento da ANTRAL, considera ser “um sinal de que o setor quer ter uma personalidade própria”.

“O Governo quer que o táxi se desenvolva”

“Mais pessoas, das novas gerações, vão utilizar o táxi, através de um canal que lhes é mais familiar [pagamento eletrónicos]”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade. “O Governo quer que o táxi se desenvolva”, acrescentou.

José Mendes falou, ainda, de alguns fatores que dão vantagem ao setor do táxi, como a cor padrão, que “é facilmente identificável”, ou a facilidade de chamar uma viatura. “O táxi é o único transporte que eu consigo fazer parar apenas levantando o braço”, continuou.

Já o presidente da Antral reforçou que o setor do táxi foi “apanhado na curva com uma concorrência que continua a ser desleal” e que está criada uma imagem do taxista que não é verdadeira. Por isso, e relembrando que no Portal da Queixa as plataformas eletrónicas são alvo de mais reclamações do que os taxistas, Florêncio de Almeida pediu ao secretário de Estado que ajude este setor a crescer.

(Notícia atualizada às 17h55)

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