Da esquerda à direita, partidos aplaudem alertas de Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa deixou de lado os alertas para os eleitoralismos que fez no passado. Optou antes, por pedir "respostas urgentes" para os jovens. E os partidos concordam.

Em ano de eleições, Marcelo Rebelo de Sousa deixou de lado os alertas para os eleitoralismos que fez no passado. Também não falou na “política de casos”, como Ferro Rodrigues, optando, antes, por pedir “respostas urgentes” para os desafios que o país enfrenta. Os jovens, mas também as desigualdades foram centrais num discurso que mereceu aplausos da esquerda à direita.

O Presidente da República deixou o alerta de que os jovens de 2019, que enfrentam agora desafios diferentes dos de 1974, deparam-se com desafios “urgentes” para os quais exigem “respostas inequívocas”.

Entre esses desafios estão o envelhecimento demográfico, as desigualdades “que persistem”, as alterações climáticas e a revolução tecnológica que está já a ter efeitos no mercado de trabalho.

Alertas que foram recebidos por todos os partidos com assento parlamentar. E que receberam a concordância de todos os líderes partidários, da esquerda à direita. PCP concentrou-se na necessidade dar garantias aos jovens, nomeadamente no que respeita ao emprego, enquanto o Bloco de Esquerda sublinhou o papel dos jovens que lutam contra a crise ambiental, mas também o racismo.

O CDS viu no discurso de Marcelo muitas das suas preocupações, apontando para a demografia e natalidade, bem como a coesão social e territorial.

O PS, por seu lado, reconhece a urgência apontada pelo Presidente, enquanto Rio Rio, presidente do PSD, vai mais longe. Defende uma reforma do regime, mas não este ano.

Leia as reações:

Rui Rio pede “reforma do regime democrático”

Rui Rio, presidente do PSD, concorda com os alertas do Presidente da República quanto à necessidade de dar “respostas urgentes” aos jovens, salientando que é preciso “compatibilizar as necessidades do regime às exigências da população”. “Temos de ser cumprir com esse desenvolvimento”, rematou Rui Rio, notando que “temos um regime que tem mais tempo que tinha o Estado Novo”.

Está este regime capaz de o fazer? Ainda tem vitalidade? “Se não introduzir-mos reformas profundas, não está capaz de responder aos anseios que o Presidente da República salienta”.

“Não será este ano por que é de eleições”, mas depois das legislativas, “é preciso encarar seriamente a reforma do regime democrático”, alertando para o crescimento de movimentos populistas. “Temos sinais de fenómenos minoritários que se estão a sobrepor à maioria”, diz, revelando preocupação.

Neste sentido, “ou o regime se reforma, ou não o fazemos e estamos a fazer um debate no plano virtual”, concluiu.

PS ao lado de Marcelo num “dia de comunhão”

À saída da sessão solene, Carlos César disse concordar com Marcelo Rebelo de Sousa, referindo que os desafios que os jovens enfrentam hoje são significativamente diferentes do que aqueles que se enfrentavam há 45 anos.

Num breve comentário às palavras do Presidente da República, o presidente do PS, deixou a mensagem de que é preciso “abraçar a diversidade, de nos respeitarmos uns aos outros”, concluindo que o dia 25 de Abril “é um dia de comunhão não de isenção”.

Bloco elogia jovens que combatem racismo

Em declarações aos jornalistas, Catarina Martins destacou do discurso do Presidente da República no 25 de Abril o elogio aos movimentos de jovens.

A coordenadora do Bloco de Esquerda elogiou aqueles que se movimentam pelas causas climáticas, mas também contra o racismo. “Vivemos num país em que o racismo ainda é presente”, sublinhou a bloquista.

CDS: “Temos de ir mais longe para recuperar mais jovens”

Pedro Mota Soares, do CDS, destacou a ambição que Marcelo Rebelo de Sousa colocou no discurso que proferiu na Assembleia da Republica, nas comemorações do 25 de Abril.

Salientou que o Presidente da República focou quatro temas, que o CDS tem na sua agenda. Primeiro, a demografia e natalidade, afirmando que “temos de ir mais longe para recuperar mais jovens”.

O segundo ponto é o da coesão, tanto social como territorial, com Mota soares a afirmar que é preciso procurar “garantir no interior um estatuto fiscal que permita que mais portugueses se fixem no interior”.

Relativamente à digitalização, o deputado do CDS diz a Europa está a ficar para trás. E Portugal também. “Temos de usar mais os fundos comunitários na transformação da economia”.

Estes, bem como o tema das alterações climáticas, são temas que “têm tido papel fundamental na agenda do CDS”, rematou.

PCP ataca baixos salários dos jovens

Reagindo aos alertas de Marcelo Rebelo de Sousa, Jerónimo de Sousa lembrou que a resposta aos anseios dos jovens passa, em parte, por lhes garantir condições dignas, tanto em termos profissionais como pessoais.

“A concretização dos objetivos das perspetiva dos jovens passa por questões concretas. Pode um jovem sentir-se bem a ganhar 600 euros? E a questão do vínculo? Se o trabalho é permanente, o contrato deve ser efetivo”, afirmou.

Jerónimo de Sousa notou ainda que sem esta estabilidade na carreira, sem salários dignos, priva-se os jovens de poderem constituir famílias, agravando o problema demográfico do país.

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