ANTRAM confirma reabertura do processo de negociação coletiva com camionistas

Associação anuncia que vai voltar a sentar-se com os camionistas para "clarificar algumas matérias" e dar "início a um novo processo negocial com vista à revisão de alguns aspetos contratuais".

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) anunciou esta quinta-feira a reabertura do processo de negociação coletiva assinado com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

“Passados seis meses da aplicação do novo contrato coletivo de trabalho, importa clarificar algumas matérias que têm sido alvo de apreciação no âmbito da comissão paritária, bem como ajustes estruturais“, avançou a associação que representa as empresas de transporte rodoviário de mercadorias.

Já na passada segunda-feira, 29 de abril, no final da primeira reunião com o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) a ANTRAM tinha anunciado que ia reabrir negociações com a Fectrans para renegociar o acordo coletivo do setor, numa revisão para a qual também o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) será chamado.

A primeira reunião entre a ANTRAM e o SNMMP, que aconteceu na sequência da greve dos motoristas de matérias perigosas que aconteceu no início de abril, não terminou em bom-tom. O sindicato saiu do encontro dando voz a algum descontentamento e apontando que “muito provavelmente” iria avançar com uma nova paralisação caso na próxima reunião, já a 7 de maio, não seja discutido o reconhecimento da categoria profissional e a definição do salário base da profissão nos dois salários mínimos e a sua evolução indexada ao valor do SMN.

Além dos motoristas de matérias perigosas, também o SIMM já colocou em cima da mesa a hipótese de avançar com uma paralisação em breve caso não veja o acordo coletivo renegociado.

Segundo Jorge Cordeiro, do SIMM, o grande problema do setor do transporte de mercadorias está nas práticas concorrenciais das empresas de transporte, que assentam na oferta de custos cada vez mais baixos aos clientes. Mas não a custo das suas margens, antes dos salários que pagam. “São as próprias empresas que impõem concorrência desleal umas às outras e para baixar os preços, retiram benefícios aos trabalhadores”, denuncia.

O líder do SIMM apontou ainda que o contrato coletivo, que entrou em vigor por acordo da ANTRAM, tem criado os vários problemas que o sindicato antecipava, já que permite “várias possíveis interpretações a várias cláusulas”, apontando que, enquanto sindicato, têm acesso a vários recibos de vencimento que “demonstram de forma clara que não existem duas empresas a pagar da mesma forma. Então para que existe um contrato coletivo?”, concluiu.

A primeira reunião para a revisão do contrato coletivo decorrerá sexta-feira, 3 de maio, a partir das 9h, sendo seguida de uma conferência de imprensa da ANTRAM.

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