REN quer exportar tecnologia para monitorizar redes de energia

A empresa criou uma ferramenta de mapeamento da criticidade de falhas, apostando na manutenção preditiva. A exportação desta tecnologia, que está a ser patenteada, é também uma possibilidade.

O objetivo não é transformar a Redes Energéticas Nacionais (REN) “numa empresa de software de gestão de rede”, começa por dizer João Faria Conceição, administrador executivo da REN. Ainda assim, a verdade é que a empresa está a apostar cada vez mais na inovação operacional, sobretudo na manutenção preditiva. E exportar essas ferramentas é, também, uma opção.

Perante a grande transformação tecnológica que o setor da energia enfrenta, a REN está a adotar um conjunto de medidas que prometem otimizar a gestão da rede de energia, começando por novos softwares e ferramentas. Com recurso à inteligência artificial (IA), a empresa criou a SMART, uma ferramenta que tem como objetivo transformar a manutenção preventiva em manutenção preditiva.

A SMART serve de apoio à manutenção e investimento de substituição, fazendo um mapeamento que tem em conta o grau de criticidade de uma falha em determinada zona. Um esforço tecnológico que pode, inclusive, vir a servir, no futuro, outras empresas. “Se é exportável? É”, afirma João Faria Conceição, durante o Media Day da REN, em Sacavém. “Estamos precisamente a patentear isto”, acrescenta.

Mas, a par da manutenção preditiva, a REN tem, também, presente nos seus planos de inovação a recolha automática de informação remota, o incremento de sensorização (que está em projeto) e a otimização de O&M [Operations & Maintenance].

Cibersegurança na REN para evitar aquilo que seria um “desastre”

A par da aposta na inovação, o reverso da moeda deve ser a aposta em cibersegurança. E, por isso mesmo, há cerca de dois anos a REN contratou uma equipa — agora com cerca de 12 pessoas — para criar o centro de operações de segurança, “em pleno funcionamento há seis meses”, refere o CEO da REN, Rodrigo Costa.

Neste departamento trabalha-se para analisar de forma rápida os indícios de incidentes, gerir vulnerabilidades e, também, analisar incidentes em redes semelhantes a nível mundial, de forma a prevenir ataques que seriam “um desastre”. Mas, além da prevenção, há que saber agir. “Para nós é tão importante identificar e prevenir problemas como saber atuar em caso de incidente”, afirma um dos responsáveis pela área.

Para isso, são feitos com alguma regularidade exercícios que preparem a resposta da empresa em caso de incidentes. “Um deles com o Centro Nacional de Cibersegurança [CNCS] e outro com o Exército português”, explica.

“Não há sistemas infalíveis. O nosso dever é fazer aquilo que hoje nos é possível”

Rodrigo Costa

CEO da REN

Ainda assim, nem sempre as ameaças vêm de fora. Aliás, “mais de 90% dos casos resultam de falha humana”. Assim, para evitar os descuidos dos trabalhadores, a REN tem apostado na sensibilização dos seus colaboradores, promovendo boas práticas de utilização da internet em atos tão simples como abrir emails ou navegar em sites.

Rodrigo Costa salienta, contudo, que apesar de tudo isto “não há sistemas infalíveis”. “O nosso dever é fazer aquilo que hoje nos é possível”, continua. “É fácil perceber a responsabilidade destas pessoas se pensarmos que qualquer coisa que acontece aqui tem impacto no país”, afirma um dos responsáveis pelo centro de despachos.

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