Bosch vê “crescimento mais moderado”. Continua a investir e quer contratar mais 300 trabalhadores

A multinacional alemã Bosch tem três fábricas em Portugal, em Braga, Ovar e Aveiro, bem como escritórios em Lisboa. Prevê um crescimento no número de trabalhadores, bem como no investimento.

A Bosch atingiu os 1,7 mil milhões de euros em vendas em Portugal, em 2018, mais 13% do que no ano anterior. Este valor é um recorde no país, pela terceira vez consecutiva. Já para este ano, as perspetivas de crescimento são menos animadoras, devido às incertezas que rodeiam a economia mundial. No entanto, a multinacional alemã vai continuar a investir e contratar em Portugal.

No arranque deste ano, no primeiro trimestre, o negócio global foi flat, e o presidente da Bosch em Portugal e Espanha, Javier González, alerta para que, no ano de 2019, irão ter “um crescimento mais moderado, na casa dos 2% ou 3%”. Este abrandamento deve-se à conjuntura mundial, nomeadamente a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, e o Brexit, que “não ajuda o negócio”, explica, na apresentação de resultados.

Mesmo assim, a Bosch vai continuar a investir em Portugal, quer através de parcerias com universidades, no valor de 50 milhões de euros até 2022, e expansões nas fábricas de 38 milhões de euros. O investimento da multinacional no país, neste ano, vai totalizar os 80 milhões de euros, nas instalações em Braga e Ovar.

Javier González, presidente da Bosch em Portugal e Espanha, e Carlos Ribas, administrador da Bosch Portugal.ECO

A empresa alemã espera ainda contratar cerca de mais 300 colaboradores, dos quais 250 engenheiros para as equipas de Investigação e Desenvolvimento (I&D). Estes irão juntar-se às mais de 5.300 pessoas que já estão a trabalhar na Bosch em Portugal, depois de terem contratado 850 pessoas no ano passado. As contratações em Portugal representaram mais de 10% dos empregos criados a nível mundial.

As parcerias com universidades, uma área em que a empresa está a “apostar cada vez mais”, são também uma fonte de talento. Todas as fábricas têm uma universidade parceira, e uma parte dos alunos que marca presença lá acaba por ser contratada. No último projeto, em Braga, ficaram com 22 pessoas das universidades, conta o administrador da empresa em Portugal, Carlos Ribas. “Acabam o doutoramento dentro da fábrica e ficam connosco”, explica.

O “projeto mais importante” da Bosch

É em Portugal que se está a desenvolver o “projeto mais importante da Bosch” neste momento, dedicado à condução autónoma. Foi inaugurado em Braga um laboratório para fazer testes para este dispositivo, que permitirá “dizer Paris e o carro leva-nos para lá”, aponta Carlos Ribas.

“É muito importante que a Bosch tenha acreditado o suficiente” no país, diz. São “produtos únicos do mundo feitos em Portugal”, continua o administrador. No ano passado, a Bosch investiu 111 milhões de euros em Portugal, principalmente nos centros de I&D e na expansão da sua fábrica em Braga.

A Bosch em Portugal trabalha em áreas como mobilidade, energia e serviços partilhados.Bosch

 

A área de Soluções de Mobilidade da multinacional, que é desenvolvida em Braga, correspondeu a 67% do volume total de vendas no país em 2018. De lá estão a nascer produtos como o primeiro painel de instrumentos curvo de programação livre, e um sensor que permite que veículos autónomos determinem a posição de forma precisa.

Apesar da fábrica bracarense se destacar, “todas as localizações em Portugal evoluíram positivamente e contribuíram para a consolidação dos nossos negócios no país, tornando Portugal num dos principais países na Europa para o Grupo Bosch”, aponta Javier González. Para este ano, a empresa prevê uma “evolução estável” no país.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h20)

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