Dívida portuguesa deu lucro de 687 milhões ao Banco de Portugal
Juros pagos pelo Estado ao Banco de Portugal impulsionaram os dividendos, que atingiram o valor mais alto de sempre. No balanço do banco central, há um total de 31,6 mil milhões de dívida portuguesa.
Num ano em que o Banco de Portugal teve lucros recorde, o investimento em dívida pública portuguesa deu um forte contributo. O banco central contou com 687 milhões de euros para os lucros, que vieram de juros de títulos do Tesouro português. No balanço, estão 31,6 mil milhões de euros em dívida emitida por Portugal.
Os juros da dívida detida pelo Banco de Portugal, que ascendia a 50,3 mil milhões de euros no final de 2018, totalizaram os 886 milhões de euros. O valor representa um aumento de 83 milhões de euros, face ao ano anterior, segundo revelam os dados do Relatório da Implementação da Política Monetária, divulgado esta segunda-feira pela instituição liderada por Carlos Costa.
A maior “fatia” vem da dívida portuguesa que gerou um ganho de 687 milhões de euros, enquanto os restantes 199 milhões dizem respeito a juros de dívida de entidades supranacionais (que totalizam 15 mil milhões no balanço do banco) e obrigações hipotecárias (3,7 mil milhões no balanço).
A tendência deverá manter-se já que, em 2018, o Banco de Portugal comprou apenas títulos do setor público português (em detrimento de entidades supranacionais). Foram adquiridos um total de 5,2 mil milhões de euros em dívida pública portuguesa, o que representa um aumento de 8% face ao ano anterior.
Apesar da recente redução nas yields pedidas pelos investidores pela dívida portuguesa tanto em mercado primário como secundário, o juro recebido foi acordado no momento da compra pelo que a quebra não teve um efeito significativo nos rendimentos do Banco de Portugal com este investimento.
A compra de dívida pública por parte do banco central é mais uma forma (indireta) de redução dos custos de financiamento do país, já que os juros, que são pagos pelo Estado, revertem para os dividendos pagos pelo Banco de Portugal ao acionista Estado. O ministério das Finanças vai receber 645 milhões de euros em dividendos (contra os 525 milhões de euros pagos em 2017), a que acrescem mais 358 milhões em impostos.
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