Portugal é dos países mais atrativos para investidores estrangeiros. Mas só 25% tem planos para investir em 2020
Portugal continua a ser percecionado como localização interessante para investimento estrangeiro, revela estudo da EY. Investidores pesam que a atratividade vai evoluir positivamente até 2023.
Portugal continua a ser dos países europeus mais atrativos para os investidores estrangeiros, revela o estudo Attractiveness Survey Portugal, apresentado esta terça-feira. Os participantes no estudo acreditam que a atratividade de Portugal irá evoluir positivamente nos próximos três anos, no entanto, apenas 25% tem planos para investir no país ao longo do próximo ano.
“Face a um cenário em que as perceções dos investidores sobre a Europa estão a piorar, Portugal continua a ser percecionado como uma localização interessante para investimento estrangeiro, com melhores resultados do que nos demais países em que a EY realizou este estudo”, sublinha Florbela Lima, EY Transaction Advisory Services Partner.
Apesar da desaceleração do investimento estrangeiro na Europa em 2018, que resultou numa redução do número de projetos de investimento estrangeiro em Portugal, o país conseguiu garantir 74 projetos de IDE — uma redução de 22% face aos 95 conseguidos em 2017 e que representa 1% da quota de mercado –, que corresponderam à criação de, pelo menos, 6.100 novos postos de trabalho.
O estudo, feito com recurso a inquéritos a 205 investidores de 19 países, revela que “a atratividade de Portugal permanece forte e os planos de investimento de curto prazo no país estão entre os mais elevados da Europa”. Mas, o primeiro lugar no ranking continua a ser ocupado pelo Reino Unido com 1.054 projetos captados, menos 151 face ao ano anterior.
“Os resultados do EY Attractiveness Survey sobre a Europa e sobre Portugal mostram que o atual momento de incerteza a nível da geopolítica global – incluindo fenómenos como o Brexit e as perturbações às trocas comerciais internacionais – está a afetar a perceção e a ação dos investidores. Em consequência, Portugal não pode dar-se ao luxo de descansar sobre os resultados anteriores. As prioridades devem passar por apoiar indústrias de alta tecnologia e inovação, desenvolver a educação e as competências e reduzir a tributação”, sugeriu Florbela Lima.
As perspetivas não são negativas, de acordo com o estudo. “Comparativamente com França (30%), Bélgica (28%), Alemanha (40%) e Holanda (45%), 52% dos participantes no estudo, acreditam que a atratividade de Portugal irá evoluir positivamente nos próximos três anos (a maior percentagem do grupo). No entanto, apenas 25% tem planos para investir no país ao longo do próximo ano, sendo que ainda assim Portugal é o mercado com mais planos de investimento, sendo seguido pela Alemanha (23%)”, sublinha um comunicado enviado às redações.
Como principais fatores de atratividade de Portugal estão a qualidade de vida (apontada por 90% dos participantes), a estabilidade do clima social (79%), a infraestrutura de telecomunicações (73%), o nível de competência de mão-de-obra local (72%) e o custo de mão-de-obra (71%).
Mas há países, europeus, num cenário de abrandamento das economias europeias, Espanha conseguiu subir em 32% o número de projetos de investimento estrangeiro que atraiu — passou de 237 para 314. Mas Itália foi o país que registou a maior subida (63%) ao passar de 63 para 103 projetos. A seguir surge a Irlanda com uma subida de 52% (passou de 135 para 205 projetos em 2018).
Top 20 dos países destino do IDE europeu
Tendo em conta o grupo inquirido, os que mais investem em Portugal são: França (com 19 projetos), Espanha (dez projetos) e Alemanha (sete projetos), com foco em setores-chave como o digital (15 projetos), manufatura e fornecimento de transporte (14 de projetos) e agroalimentar (12 projetos). O estudo revela ainda que o setor digital continua a ser o mais atrativo em toda a Europa, pelo sexto ano consecutivo, com o maior número de projetos de investimento (1.225, um aumento de 5%) face às restantes indústrias.
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