TAP atrai mais de seis mil investidores com as obrigações. Obteve os 200 milhões
Entre investidores perto de 25 milhões de euros vieram de trabalhadores e "clientes fiéis" da transportadora. Operação permite alongar perfil da dívida.
A primeira emissão de obrigações para o mercado retalhista da TAP foi concluída com sucesso, com a companhia aérea a registar uma procura total superior à oferta e captando 200 milhões de euros em obrigações, a maior emissão por uma empresa portuguesa de obrigações nos últimos sete anos — só superada por uma emissão da Portugal Telecom, em 2012, de 400 milhões de euros. A companhia aérea ofereceu uma taxa de juro de 4,375% para captar investidores.
No total, 6.092 investidores particulares subscreveram os títulos de dívida colocados pela transportadora no mercado geral, onde estavam disponíveis 105 milhões de euros (52,5% do total). Neste segmento, a procura atingiu os 162,5 milhões de euros, ou seja, 1,55 vezes o montante alocado. A este conjunto de obrigacionistas, juntam-se mais 35 no segmento institucional — onde se exigia a subscrição mínima de 100 mil euros. Neste segmento, que tinha 95 milhões para subscrição, 54% foi captado por investidores portugueses e 46% para institucionais.
Ainda segundo números avançados na sessão de apuramento dos resultados da emissão, do total captado pela empresa junto de investidores particulares, 25 milhões de euros foram captados junto de colaboradores e clientes do programa Miles & Go, que tinham acesso privilegiado à emissão.
Dos investidores do segmento geral, perto de 3.500 subscreveram entre mil e cinco mil euros em dívida da TAP, perto de 800 entre seis mil e 10 mil euros, e mais de 1.700 ficaram com uma exposição superior a 11 mil euros à companhia aérea.
“A TAP acabou de protagonizar a sua primeira oferta pública de obrigações no mercado de capitais português, o que nos deixa muito satisfeitos. Este resultado vem reconfirmar a importância da companhia para Portugal e trata-se de um voto de confiança dos investidores portugueses e estrangeiros, reforçando a segurança dos mercados de capitais na competência da equipa TAP”, afirma Antonoaldo Neves, CEO da TAP.
Inicialmente prevista para captar 50 milhões de euros, a companhia aérea acabou por rever em forte alta o valor da emissão durante a última semana, quadruplicando o objetivo original, de modo a angariar 200 milhões de euros no mercado retalhista — a revisão em alta já era um sintoma de que estaria a ser registada uma forte procura pelos títulos de dívida. O Haitong foi o coordenador global da operação.
A administração da TAP está autorizada a emitir até 390 milhões de euros em obrigações ou outros títulos este ano. Com a concretização da corrente emissão, até ao momento a companhia já emitiu perto de 340 milhões de euros, podendo ainda emitir 50 milhões.
A TAP nos últimos dois anos tem procurado reduzir a exposição a dívida remunerada com taxa variável como forma de controlar um pouco mais os diversos riscos que envolvem a empresa — como eventuais subidas na taxa de juro, seja nos EUA ou na Europa –, tendo passado de uma dívida a taxa variável equivalente a 92% do endividamento total no fim de 2017 para 68% em março de 2019, muito graças a uma outra emissão de obrigações, de 137,21 milhões, remunerada a uma taxa fixa inferior à atual.
Além da alteração do perfil da taxa de juro, a TAP está igualmente a aproveitar as emissões de dívida para consolidar o passivo num prazo mais alargado através do refinanciamento de dívidas que se venciam num futuro próximo, mas também para reforçar a tesouraria e financiar a operação corrente.
(Notícia atualizada às 18h25)
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