Produzir até seis mil garrafas por hora. Adega de Monção prevê melhor colheita da década em 2019
Em 2018, a Adega de Monção alcançou uma “faturação histórica” de 15,5 milhões de euros. Mas, 2019 tem todas as condições para ser a colheita da década. A quantidade será menor, mas qualidade supera.
Monção e Melgaço distinguem-se na região pela forte produção de vinho alvarinho, sendo a Adega Cooperativa de Monção a maior adega da região dos vinhos verdes. Está prestes a completar 61 anos de história, conta com uma área vinícola de cerca de 1.200 hectares e agrega 1.720 produtores associados. Tem capacidade para produzir seis mil garrafas por hora, o que corresponde a cerca de 6,5 milhões de garrafas por ano.
O balanço da época não podia ser melhor. “O ano de 2019 tem todas as condições para ser a colheita da década“, destaca Armando Fontainhas, presidente do conselho de administração da Adega Cooperativa e Regional de Monção.
Já temos alguns vinhos prontos e posso adiantar que é uma colheita fantástica, com características muitos boas, estou convencido que será a colheita da década.
Considera que apesar da quantidade ser menor, a qualidade do vinho verde é superior. Armando Fontainhas reconhece que a quebra do vinho na região de Monção e Melgaço será inferior às restantes regiões. “Nos vinhos tintos não há quebra na produção, por outro lado, os vinhos brancos vão ter uma quebra de 8%, em relação ao ano passado”, refere.
O responsável salienta que os vinhos com casta alvarinho representam 75 a 80% das nossas vendas e que o mercado nacional representa 80% do volume de negócios da Adega Cooperativa de Monção. São produzidos cerca de cinco milhões de litros de vinho por ano e são necessários quase oito milhões de quilos de uvas neste processo.
A sede da Cooperativa localiza-se em Monção e a cerca de 20 quilómetros, em Melgaço, encontramos os polos de receção das uvas e todo o processo de vinificação. A Adega de Monção tem dois polos de produção com capacidade para armazenar 12 milhões de litros de vinho.
Impacto na economia local
Aquela que é considerada a maior adega da região dos vinhos verdes, tem um grande impacto na economia local. Armando Fontainhas conta ao ECO que “muitas famílias dependem exclusivamente da Adega e que este é único rendimento”, por outro lado, “é para a grande maioria um rendimento complementar”.
“Estamos a falar de um valor superior a oito milhões de euros pago aos produtores associados”, refere o presidente do conselho de administração da Adega de Monção.
O alvarinho é uma casta que está perfeitamente adaptada ao clima, ao território e às práticas culturais dos produtores locais.
Revela que existem jovens agricultores que estão a dedicar-se em exclusivo à agricultura, neste caso à viticultura, e lamenta “o fraco contributo do Governo “. Destaca que, a semana passada, foi disponibilizado um fundo de cerca de 20 milhões de euros, através do Programa de Desenvolvimento Rural PDR 2020, para ajudar os jovens agricultores. Todavia, destaca que o setor da viticultura ficou com uma verba muito pequena. “400 mil euros em 20 milhões é uma discriminação muito grande”, destaca com descontentamento Armando Fontainhas.
Armando Fontainhas compara ao setor da fruticultura, ao qual foram atribuídos seis milhões de euros, “o que corresponde a um valor 15 vezes superior à verba destinada ao setor da viticultura”, e lamenta que tenha sido o setor a “ficar de longe com a fatia mais pequena”.
Face à importância do setor na economia local e nacional, o responsável considera necessários mais estímulos ao desenvolvimento do setor da viticultura.
Segundo Armando Fontainhas, os vinhos mais conhecidos e com maior prestígio são o Alvarinho Deu La Deu, Muralhas e Adega de Monção Branco e Tinto. Mas, no final do ano, vão ser lançados dois novos vinhos, revela.
As exportações rondam 20% do volume negócio, sendo a Rússia, os EUA e o Reino Unido os mercados mais importantes para a Adega de Monção. Armando Fontainhas considera que os estrangeiros sabem “reconhecer a qualidade do vinho português”.
Em 2018, a Adega de Monção alcançou uma “faturação histórica” de 15,5 milhões de euros, segundo o presidente do conselho de administração da Adega Cooperativa e Regional de Monção, “foi o melhor ano de sempre”. E, neste momento, estão a crescer 1%, por isso, à partida, “será possível superar os valores do ano passado”.
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