BRANDS' TRABALHO Gerir a mudança organizacional. Por onde começar?

  • BRANDS' TRABALHO
  • 28 Outubro 2019

Joana Gonçalves Rebelo, EY Manager, People Advisory Services e Pedro Alves, EY Staff, People Advisory Services expõem um dos maiores desafios que as organizações enfrentam atualmente: a mudança.

O título deste artigo poderia muito bem ser o início de uma conversa entre duas pessoas que pretendem promover uma mudança, pequena ou grande, na sua organização. A mudança é vista muitas vezes pelos colaboradores como uma ameaça, contrastando com a visão das organizações, que procuram acompanhar o ritmo alucinante da transformação que as rodeia. Ainda assim, apesar de se verificar essencial o acompanhar da evolução de mercado, John Kotter no livro Leading Change, refere que 70% das principais iniciativas de mudança não tem alcançado o sucesso desejado.

Levar a mudança a bom porto é um dos maiores desafios que as organizações enfrentam nos dias que correm. O insucesso da adoção da mudança muitas das vezes inicia-se mesmo antes de ser implementada. Algumas das iniciativas fracassam no momento em que são concebidas devido ao desconhecimento dos pilares vitais da organização, a Gallup apresentou um estudo – Focus on the Positive: A New Approach to Change Management – que aponta que 59% dos colaboradores desconhecem os valores que a empresa representa. Em primeiro plano, a organização, no seu todo, deve estar familiarizada com a mudança que se quer operar. Assim sendo, é necessário que a equipa responsável pela mudança tenha em conta diversas dimensões:

A resiliência é um dos aspetos a ter em consideração. Ao iniciar um processo de mudança a equipa poderá ser confrontada com um histórico de insucessos que se traduz em resistência à mudança. A forma como o processo é conduzido pode revelar-se determinante para o seu sucesso. O que significa ser importante adotar uma abordagem top-down, para que a atitude da liderança e da própria equipa de projeto tenha reflexo nos colaboradores. É por esse motivo que é tão importante a resiliência da equipa de projeto.

Reconhecer o passado é igualmente determinante. Ninguém entende melhor a dificuldade do esforço da mudança do que aqueles que já passaram por ela. É, por isso, importante reconhecer e agir sobre os pontos críticos. Desta forma, os colaboradores voltarão a estar do lado da mudança, identificando-a como uma oportunidade. A gestão da mudança tem de ser vista como a “nova forma de gestão”, onde o envolvimento e a participação de todos é importante para o diagnóstico da situação atual e a conceção do futuro ideal.

Assumir o compromisso demonstra ser um fator chave. A abordagem a ter perante a mudança exige tempo para que possa ser explicada, transparente e vivida ao longo do caminho. Neste sentido, liderar pelo exemplo poderá revelar-se fundamental e para fortalecer a credibilidade no projeto, sendo ainda um excelente ponto de partida para projetos futuros. “Sê a mudança que queres ver no mundo!”

A necessidade de alinhamento é uma das dimensões alvo de reflexão. A fragmentação do processo de mudança apresenta um impacto significativo ao longo da gestão do mesmo. É relevante realizar um diagnóstico de cada uma das fases de projeto, identificar quem vai ser envolvido, quem será o responsável pelas iniciativas, que impacto estas vão ter e em quem e quais as medidas do sucesso.

A monitorização presente é valorizada pelas equipas. É importante acompanhar as equipas de forma a registar o progresso. Perguntar regularmente o que sentem perante o plano de mudança, é um bom insight para permanecer no caminho certo. Caso não seja a 1ª vez em que a mudança acontece, é ainda mais relevante questionar as pessoas sobre o que difere face às anteriores. Pedir aos membros das equipas que reflitam sobre os esforços anteriores, ajuda os departamentos a aprender sobre a mudança e sobre si mesmos, mantendo o compromisso ao longo do tempo.

Nem todos os colaboradores abraçam um processo de mudança da mesma maneira. A verdadeira transformação requer o alinhamento de mindset que se reflete nos comportamentos, assim como a tomada de medidas para cumprir o objetivo da missão estabelecida.

A mudança organizacional já foi vista como um acontecimento pontual, porém hoje em dia saber gerir a disrupção contínua revela-se uma mais-valia para qualquer organização, líder ou colaborador. A gestão da mudança ainda é considerada a “nova gestão”, mas cada vez mais deve ser vista como uma forma de estar, abraçando a mudança como oportunidade de desenvolvimento.

Estará a sua organização preparada para gerir a mudança?

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