BRANDS' TRABALHO O professor que acredita na avaliação dos líderes pelas suas equipas

  • BRANDS' TRABALHO
  • 8 Novembro 2019

Os professores Manuel Vilares e Pedro Coelho, da Nova IMS, são os docentes responsáveis pela validação académica da metodologia Best Team Leaders.

Nesta entrevista, Manuel Vilares, catedrático daquela academia, falou-nos sobre a metodologia que desafia todos os líderes a deixarem-se avaliar pelas suas equipas. A inovação desta metodologia, resulta de poder ajudar a alterar o paradigma e conseguir olhar para o líder a partir da equipa que ele cria, desenvolve e motiva. Serem os liderados a reconhecer o líder não é usual, mas nos Best Team Leaders, além da certificação de competências, o reconhecimento público é um adicional qualitativo de extrema importância.

Avaliação de líderes é um processo que exige algum rigor, pois estamos a falar de pessoas. O que distingue a metodologia Best Team Leaders das demais avaliações?

Manuel Vilares (MV): Nesta avaliação, o que destacaria é a forma inovadora como trata a ideia de liderança, ouvindo apenas as equipas do líder e não os seus pares e as suas chefias. Esta opção confere à metodologia uma vertente de maior credibilidade. Também considero que ser a equipa a contribuir para a distinção e reconhecimento público do líder, altera o paradigma de ser sempre o líder a reconhecer os liderados. Esta metodologia é inovadora também por isso. O facto de estar a ser testada já há sete anos, permite-lhe ter robustez e fiabilidade em termos de resultados.

Ao validar a metodologia de avaliação BTL não se está, no fundo, a reconhecer a importância de avaliar lideranças? É mais do que isso?

MV: A qualidade das lideranças é muitas vezes enfatizada, sendo considerada como um dos fatores que mais contribui para o desenvolvimento das empresas, organizações e mesmo dos países. Torna-se portanto fundamental avaliar a qualidade das lideranças de modo a poder gerir e melhorar essa qualidade. Mas para ser possível essa gestão e melhoria, constitui um requisito fundamental medir bem. Medir mal é ainda pior do que não medir pois pode induzir a tomada de decisões e medidas erradas. É neste contexto que surgiu a necessidade de validar cientificamente a metodologia adotada no projeto BTL.

Medir é sempre um bom caminho para o desenvolvimento das organizações e das pessoas. No caso concreto, e na sua opinião, quais as grandes vantagens desta medição?

MV: A qualidade da liderança é um determinante fundamental para o desenvolvimento das organizações. Mas se a qualidade da liderança não for medida, muito dificilmente poderá ser gerida e portanto melhorada. Ao identificar os pontos fortes e os pontos fracos, a medição torna-se portanto um requisito indispensável para melhorar a qualidade das lideranças. De notar, no entanto, e como se referiu, é indispensável adotar nesta medição as metodologias adequadas como se verifica no caso da avaliação BTL.

Na vossa academia, Nova IMS, que mais estudos ou avaliações são feitas de forma regular?

MV: A Nova IMS tem desenvolvido vários projetos nesta área de avaliação da qualidade. Aquele que talvez seja o mais conhecido é designado por ECSI – Índice Nacional de Satisfação do Cliente. Este projeto, que já tem cerca de vinte anos, avalia a qualidade do serviço prestado e a satisfação do cliente de muitas das principais empresas portuguesas. De certo modo, este projeto, do qual eu e o professor Pedro Coelho somos os responsáveis científicos, avalia também a qualidade das lideranças dessas empresas e organizações pois existe uma elevada correlação entre, por um lado, a qualidade das lideranças das organizações e empresas e, por outro lado, a qualidade dos serviços prestados e da satisfação do cliente dessas organizações.

Quais os seus conselhos para os líderes que apostam na sua avaliação?

MV: Conhecer de forma isenta, e tanto quanto possível precisa, as avaliações que os nossos colaboradores fazem do nosso desempenho. Isso constitui uma informação de inegável valor que, diria mesmo, é indispensável para o nosso processo de melhoria como líderes, porque há sempre espaço para melhorar. Os verdadeiros líderes não podem ter medo de serem avaliados. No nosso país, cada vez mais, está a verificar-se uma maior abertura para estas avaliações, o que não pode deixar de constituir um indicador de desenvolvimento e de abertura de mentalidades das lideranças do nosso país.

As inscrições para os Best Team Leaders 2019 estão abertas até dia 10 de novembro

Destaques da Entrevista:

“Se a qualidade de liderança não for medida, muito dificilmente poderá ser gerida e, portanto, melhorada. Ao identificar os pontos fortes e os pontos fracos, a medição torna-se um requisito indispensável para melhorar a qualidade das lideranças.”

“Os verdadeiros líderes não podem ter medo de serem avaliados. No nosso país, cada vez mais, está a verificar-se uma maior abertura para estas avaliações, o que não pode deixar de constituir um indicador de desenvolvimento e de abertura de mentalidades das lideranças do nosso país.”

A NOVA Information Management School, antigo Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação, é uma faculdade da Universidade Nova de Lisboa, que tem como base de aprendizagem a estatística e a análise de dados. Foi criada em 1989 e a taxa de colocação dos seus alunos é cerca de 100%.

 

Manuel Vilares

Atualmente, é professor catedrático do Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa e consultor do Banco de Portugal. É desde o início membro do Comité Português do projeto ECSI (European Customer Satisfaction Index).
Foi presidente da Comissão de Reestruturação do Sistema Estatístico Nacional e Presidente do Instituto Nacional de Estatística. Foi igualmente consultor de alto nível da Comissão Europeia para os assuntos de estatística e economia. Foi ainda peer reviewer de vários projetos internacionais, sendo de destacar o projeto ESIS – Development of European Satisfaction System for the New Economy.

As suas principais áreas de docência, investigação e consultoria são a econometria, a economia, os sistemas de informação estatística e o comportamento do consumidor, com particular destaque nos modelos de satisfação e lealdade do cliente, sendo autor de livros e artigos científicos publicados em Portugal e no estrangeiro.

Neste contexto, assinala-se em particular o livro em coautoria com o professor Pedro Coelho, editado pela Escolar Editora em 2.ª edição, com o título Satisfação e Lealdade do Cliente – Metodologias de avaliação, gestão e análise.

Tem agregação em Econometria pela Universidade Nova de Lisboa, doutoramento de Estado em Ciências Económicas pela Universidade de Dijon, mestrado em Ciências Económicas pela Universidade de Dijon e licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Pedro Coelho

Pedro Coelho é, atualmente, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa e presidente do Conselho Científico da NOVA Information Management School (NOVA IMS). É igualmente investigador do Centro de Investigação em Gestão de Informação (MagIC) dessa universidade, professor visitante da Faculty of Economics – Ljubljana University (FELU), coordenador de dados e informação da Unidade de Investigação Clínica da Universidade Nova de Lisboa, membro da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde e consultor sénior da Comissão Europeia.

Pedro Coelho foi, também, presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Classificação e Análise de Dados (CLAD), vogal do Conselho Superior de Estatística de Portugal e presidente do Conselho Fiscal do Centro Europeu de Estatística para os Países em Vias de Desenvolvimento (CESD – Lisboa) e diretor da NOVA Information Management School.

Pedro Coelho tem agregação em Estatística (NOVA), doutoramento em Estatística (na especialidade de Sondagens e Estudos de Mercado), mestrado em Estatística e Gestão de Informação e licenciatura em Engenharia de Sistemas Decisionais.

É autor de mais de cerca de duas centenas de estudos e projetos, destacando-se a coordenação do Índice Nacional de Satisfação do Cliente (ECSI – Portugal) e do Índice de Sustentabilidade do SNS, bem como diversos projetos no âmbito da avaliação de políticas públicas para o estado português e organizações internacionais (ex. Comissão Europeia e OCDE).

É, ainda, autor de mais de uma centena de publicações científicas e apresentou igualmente perto de uma centena de seminários, conferências e comunicações. Tem sido consultor de diversas organizações, destacando-se o Eurostat, o Banco de Portugal, o Instituto Nacional de Estatística e a Comissão Europeia. Na sua qualidade de consultor sénior da Comissão Europeia, desenvolve atividade relativa à criação e aplicação de metodologias no âmbito da avaliação da aplicação dos fundos estruturais.

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