BPI Vida já é a terceira maior seguradora do país

  • ECO Seguros
  • 19 Dezembro 2019

A produção das seguradoras portuguesas baixou 2% nos nove primeiros meses deste ano, mas a BPI Vida e Pensões cresceu 73%, enquanto a Fidelidade mantém liderança mas perdeu quota de mercado.

A Fidelidade perdeu 10,7% de quota de mercado nos primeiros nove meses deste ano, mantém-se líder destacada mas o conjunto do grupo Ageas está a aproximar-se. A novidade veio da BPI Vida e Pensões, liderada por Isabel Castelo Branco, que estava em 6º lugar no ranking nacional em 2018 e sobre três lugares este ano atingindo 7,9% de quota de mercado.

Estes dados de produção de seguro direto foram recolhidos junto da ASF – Autoridade dos Seguros e Fundos de Pensões e reportam aos três primeiros trimestres de 2019.

Fonte da Fidelidade confirmou a ECOseguros a quebra de produção e a redução de quota de mercado nacional de 38,9% para 28,2%. “A situação estava prevista. A quebra de produção da Fidelidade deveu-se a uma quebra superior a 40% nos produtos Vida Financeiro, absolutamente ligados a taxas de juro e a garantias de rendimento para os segurados que a seguradora não quis estimular ao longo deste ano”, acrescentando que “nem sempre quota de mercado significa lucro”.

As seguradoras estão a abandonar produtos de Vida com rendimento garantido desde que as taxas de juro atingiram e se mantêm em níveis muito baixos. Para além do risco de não conseguirem obter os rendimentos mínimos, também a mobilização de capital exigida pelas regras de Solvência II tornam os produtos pouco atraentes para as seguradoras.

Segundo fontes de mercado, a Fidelidade tinha pouca carteira com produtos unit linked, as de maior risco, dado que o seu principal canal bancário é a Caixa Geral de Depósitos, cujos clientes são mais conservadores quanto a risco. Daí as vendas terem caído por não terem sido muito incentivadas.

“Os valores de Produção de 2019 estão em linha com 2017 e 2016, foi 2018 que foi positivamente atípico em termos de produção” prossegue fonte da Fidelidade, que revelou estar o foco deste ano colocado nos ramos Não Vida e a companhia está a registar um crescimento invulgar em 2019 de 9% em automóvel, 14% em acidentes de trabalho, 11% em saúde e 8% em seguros casa.

A informação sobre a produção de seguro direto fornecidos pelo ASF, indica que o mercado decresceu 2% nos primeiros nove meses do ano deste ano relativamente a período homólogo do ano passado.

Seguradoras Vida vão do melhor ao pior

A ASF divide as 41 seguradoras cujos dados publicou, em 5 companhias Mistas (Vida e Não Vida), 13 companhias Vida e 23 companhias Não Vida.

As companhias mistas baixaram a sua produção em 20%. Fidelidade com – 29% e Allianz com -10% foram as responsáveis.

As 23 companhias Não Vida cresceram 8% em produção, com a Caravela a subir 30% e a Aegon Não Vida – que mais que duplicou – em destaque, num setor em que apenas a RNA Assistência e a ACP Mobilidade registaram decrescimentos.

O ramo Vida cresceu 24% embora tenha resultados muitos díspares de acordo com os produtos em que as seguradoras estavam especializadas. O Santander Totta Vida registou uma quebra de 31% na produção deste ano. A Zurich Vida quase triplicou a sua produção enquanto a Una mais que duplicou.

Do ponto de vista do ranking das seguradoras ou grupo segurador, o BPI Vida & Pensões passa para o terceiro lugar tendo ultrapassado a Seguradoras Unidas (por apenas 5 milhões de euros). Esta última passou o grupo Santander e conservou o 4º lugar. A GNB cresceu 60% o seu negócio em véspera de mudar de proprietário.

A concentração do mercado também ficou menor durante este ano. Em 2018 as Top 5 correspondiam a 77,8% de quota de mercado, agora está em 71,3%. No entanto, a Fidelidade é líder que se mantém incontestada, passou a sua quota de mercado de 38,9% para 28,2% enquanto o Ageas, o segundo maior grupo, ganhou mercado para 20,3% de 17,6% no ano passado. O BPI Vida passou do 6º lugar do ranking para 3º e a sua quota de mercado é de 7,9% em lugar dos 4,5% de 2018.

O impulso do BPI Vida levou a Seguradoras Unidas de 3ª para 4ª maior seguradora, por escassa diferença. A nova seguradora da Generali cresceu 9% em 2019 e a sua quota passou de 7,1% ara 7,8%.

As seguradoras do grupo Santander baixaram a sua quota de quase 10% para 7,2% na sequência das suas opções de venderem menos produtos Vida Financeiros.

A GNB cresceu 60% em exclusivo através da sua companhia Vida que cresceu 200 milhões de euros em prémios, passando a sua quota de 3,8% para 6,1%.

Encerram o top 10 a Allianz em 7º, (era 5ª maior em 2018), Lusitania (mantém 8ª posição), Zurich que ganhou dois lugares ao quase triplicar a sua produção e Generali que passou para o 10º lugar com 2,1% de quota de mercado.

O ranking das 41 seguradoras divulgada pela ASF, agrupadas por ECOseguros em 21 grupos empresariais, comparando a produção de seguro direto nos primeiros nove meses de 2019 e 2018, é o seguinte:

 

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