“Governo manterá sempre compromisso com contas certas”, com ou sem Centeno
A linha das contas certas “é uma linha que é comum a todo o Governo e que se manterá, naturalmente, sempre”, diz Tiago Antunes, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.
O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro afirmou que “a política orçamental e a linha das contas certas” é “comum a todo o Governo” e irá manter-se “sempre”, com ou sem Mário Centeno como ministro das Finanças.
“A política orçamental e a linha das contas certas é a linha do Governo e, portanto, este Governo manterá sempre esse compromisso com as contas certas”, afirmou Tiago Antunes, em entrevista à Lusa, quando questionado se, no caso de uma eventual saída de Mário Centeno do cargo de ministro das Finanças, haveria alterações significativas na condução da política orçamental e se o Governo manteria a mesma linha de “contas certas”.
O diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, afirmou na quarta-feira que a eventual alteração do ministro das Finanças durante a atual legislatura pode traduzir-se em “alterações significativas na condução da política orçamental”.
“Uma alteração do ministro [das Finanças] pode significar alterações significativas na condução da política orçamental, tanto mais que tem havido uma cativação fortíssima das despesas” que o próximo ministro pode não conseguir manter, disse Pedro Braz Teixeira, numa conferência em Lisboa.
Na entrevista à Lusa, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro frisou que a linha das contas certas “é uma linha que é comum a todo o Governo e que se manterá, naturalmente, sempre”.
Tiago Antunes acrescentou que aquele compromisso “não é pelas contas certas como um fim em si mesmo”, mas pelo que garante ao nível da sustentabilidade das políticas públicas, sustentabilidade do Estado Social e “disponibilidade financeira para depois investir mais no Serviço Nacional de Saúde, na Segurança Social, no combate à pobreza, designadamente dos mais idosos”.
Questionado sobre a divergência tornada pública na última reunião europeia, entre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, o governante respondeu que “é preciso ver que papel é que cada um destes intervenientes desempenha na Europa”.
“No Conselho Europeu, o primeiro-ministro está a representar os interesses de Portugal e Mário Centeno não está lá enquanto ministro das Finanças de Portugal, mas enquanto presidente do Eurogrupo que representa o interesse global e o compromisso que foi possível alcançar no Eurogrupo”, disse Tiago Antunes.
O secretário de Estado prosseguiu que o compromisso alcançado no Eurogrupo “não satisfaz inteiramente a pretensão portuguesa”.
“O presidente do Eurogrupo apresentou o resultado dessa negociação e o primeiro-ministro de Portugal, em representação do seu país, explicou que Portugal não seria ainda totalmente refletido nessa proposta e pretendia melhorá-lo. Não tem qualquer drama, portanto”, salientou Tiago Antunes.
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