Fintech House: conheça o hub de inovação do setor financeiro em Lisboa

  • ECO Seguros
  • 23 Janeiro 2020

A Fintech House, um projeto lançado para dinamizar e aproximar a comunidade de inovação tecnológica ao setor financeiro, abriu portas num edifício histórico em que também esteve a seguradora Sagres.

Os serviços e funcionalidades da Fintech House (FH) materializam boa parte do projeto da Fintech Portugal, assumindo a missão de promover a aproximação de todo o ecossistema: startups, investidores, parceiros, consultores, incumbentes e reguladores. Tudo o que envolva inovação tecnológica e serviços financeiros pode acontecer na FH.

A abertura da casa concretiza uma parceria entre a Fintech Portugal, organização não lucrativa apostada na promoção do setor, e a Sítio, maior operadora de espaços cowork a operar em Portugal.

Marco Nigris, Diretor-geral da Fintech House, apresenta o projeto erguido no transformado Palácio das Varandas como “o maior hub para Fintech, Insurtech, Regtech e Cybersecurity em Portugal. Um lugar único que tem como objetivo ser o ponto de encontro de todo o Ecossistema.”

Marco Nigris, Diretor-geral da Fintech House: “É um lugar único que tem como objetivo ser o ponto de encontro de todo o Ecossistema”.Hugo Amaral/ECO


Com a FH, Lisboa e a Europa ganham um polo que se diferencia na paisagem do coworking e incubadoras locais, quer pela localização e qualidade das instalações quer pelas funcionalidades que o histórico edifício oferece, ou ainda, pela proposta de valor que o estabelecimento representa em termos da convergência de todos os players do movimento fintech num espaço único.

O imóvel do século XIX, recuperado e cuidadosamente conservado, também se distingue pela arquitetura interior e elementos decorativos. Os frescos de arte – inventariados e cobertos por revestimento de proteção – estão presentes nas paredes e tetos ao longo dos 1500 m2 de área útil distribuídos pelos cinco pisos da casa. No lounge principal, os frescos que cobrem a abóbada (alguns restaurados) estão integralmente à vista.

Eco Seguros preparou uma visita guiada ao estabelecimento. Veja o vídeo:

Cerca de 80% do espaço é reservado às startups e os restantes 20% aos outros parceiros da comunidade e administração. A casa, que também dispõe de ascensor, tem capacidade para alojar e prestar serviços a mais de 30 startups, alojadas em espaços com maior ou menor privacidade a preços diferenciados e capacidade para até 20 pessoas nas divisões mais amplas.

No total, a FH assegura 170 postos de trabalho com modalidades de acesso e ocupação flexíveis (o acesso físico ao edifício é garantido 24/24); um piso inteiro dedicado ao networking; uma copa equipada e espaço suficiente para conviver antes ou depois de uma refeição ligeira, além de um lounge mobilado com um toque mais moderno são algumas das comodidades a que os residentes podem aceder.

No último piso encontra-se uma sala dedicada já reservada por uma consultora internacional e, a completar a lista de facilidades, o sótão acomoda um auditório de 100 m2 para realização de talks, hackatons e workshops, e adaptável aos mais diversos eventos.

A poucos dias da inauguração oficial (30 de janeiro) e enquanto as primeiras startups se instalam, dois terços do espaço arrendável já estava atribuído. Para os interessados que não podem candidatar-se ao espaço físico, a FH proporciona a filiação virtual.

Breve nota histórica sobre a original ‘Casa das Varandas’

A origem do imóvel onde está instalada a FINTECH HOUSE remonta ao início do século XIX, tendo como primeiro proprietário Francisco Joaquim de Campos, um homem bem instalado nos meios do poder, com sucesso económico e social. O projeto de construção da então «Casa das Varandas» – sobre um prédio pombalino demolido – decorreu entre agosto de 1804 e dezembro de 1808. De acordo com fonte de arquivos históricos, o novo edifício da Praça da Alegria, ainda durante a ocupação francesa, foi utilizado pelo nobre para arrendar a burgueses endinheirados e a estrangeiros.

Os autores da obra pictórica – frescos de pintura mural inspirada no estilo neoclássico com motivos da época, actualmente em grande parte cobertos por camada de estuque – terão sido escolhidos pelo empreiteiro (‘mestre de obras’) contratado por Francisco Joaquim de Campos. Poucas décadas adiante, já no reinado de D. Miguel, o homem que mandou erguer a casa apalaçada morreu, perseguido e na ruína, depois de um processo de penhora de bens. A casa da Praça da Alegria escapou à penhora, sendo vendida a tempo.

Provavelmente o único projeto de Mazzoneschi em Portugal

Vicenzo Mazzoneschi, nascido em Roma em meados do século XVIII, terá sido o responsável arquitetónico, sendo que os salões nobres voltados para a rua principal, a escada de serviço no centro do imóvel e o saguão nas traseiras, algo que não era muito comum à época são elementos que identificam a “assinatura” do arquiteto.

A atribuição a Mazzoneschi do projecto da originária Casa das Varandas da Praça da Alegria «adquire muita importância no plano da História da Arte Nacional pois estaremos perante a única obra concretizada deste arquitecto, projectada já nos seus últimos meses de vida», revela um trabalho de João Miguel Simões, especialista em História de Arte (Universidade de Lisboa).

Já no séc. XX, paredes-meias com o prédio onde funcionou a sede da Federação Portuguesa de Futebol, o imóvel que tem acesso pelo nº22 da Praça da Alegria, comummente referenciado como ‘Palácio das Varandas’, foi também a morada da Companhia de Seguros Sagres.

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