Fed mantém juros. Continua a “monitorizar” desempenho da economia mundial
A Reserva Federal dos EUA (Fed) manteve as taxas de juro no mesmo patamar, por unanimidade. A entidade liderada por Jerome Powell vai continuar a "monitorizar" o desempenho da economia mundial.
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que gere a política monetária ao país, decidiu manter as taxas de juro entre os 1,50% e os 1,75% esta quarta-feira, o mesmo nível que se regista desde outubro.
Nesse sentido, para manter o ponto de equilíbrio no intervalo, a Fed decidiu subir ligeiramente a taxa de juro dos depósitos (reservas) no banco central, de 1,55% para 1,6%.
Num comunicado divulgado no final da reunião do Comité de Política Monetária, a entidade reiterou o desígnio de “monitorizar” as implicações na economia mundial, que poderá sofrer abrandamentos devido a uma nova estirpe de coronavírus originária que teve origem na China.
A decisão de manter os juros foi tomada por unanimidade, tendo merecido o apoio dos dez membros do comité. A última alteração nas taxas de juro de referência aconteceu em 30 de outubro de 2019, tendo sido a terceira descida do ano.
Coronavírus pode ameaçar economia internacional, diz Powell
O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, afirmou esta quarta-feira que o novo coronavírus, detetado na China, pode ameaçar a economia internacional. “É muito incerto quão longe ele [surto] irá e quais os efeitos [económicos] na China, para os seus parceiros comerciais e pelo mundo”, disse Powell no início da conferência de imprensa, em Washington.
Para Jerome Powell, esta situação “é um assunto muito sério”, notando que é cedo para estimar consequências. Na semana passada, as cotações bolsistas em Wall Street e do petróleo oscilaram, maioritariamente no sentido descendente, em função das notícias sobre este assunto e dos medos que infunde.
Muitos economistas e investidores esperavam que o crescimento da economia dos EUA e internacional se intensificasse este ano, dada a assinatura de um acordo comercial preliminar entre China e EUA. Mas o surto viral na China injetou dúvidas neste cenário. O coronavírus fechou de facto grandes pedaços da China e arrefeceu a sua economia, a segunda maior mundial, que já está a desacelerar.
Este vírus já infetou mais pessoas na China do que no surto do SARS em 2002-2003. Muitas empresas estrangeiras responderam à situação congelando ou reduzindo as suas operações no país asiático. A Starbucks anunciou que tenciona fechar metade dos seus estabelecimentos na China, a British Airways já suspendeu os seus voos para o país e a American Airlines fez o mesmo em relação aos voos entre Los Angeles e Xangai e Pequim.
Hotéis, transportadoras aéreas, casinos e navios de cruzeiro estão entre os setores que estão a sofrer as repercussões mais imediatas, incluindo países mais próximos da China. O presidente da Apple, Tim Cook, informou que os seus fornecedores na China tinham sido forçados a adiar a reabertura das fábricas, fechadas devido ao feriado do Ano Novo Chinês, até 10 de fevereiro.
(Notícia atualizada às 21h48 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Fed mantém juros. Continua a “monitorizar” desempenho da economia mundial
{{ noCommentsLabel }}