Insolvências devem crescer 2% este ano em Portugal, abaixo da média global de 6%

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

As insolvências de empresas em Portugal deverão aumentar perto de 2%, para 2.590, este ano face a 2019. Esta estimativa fica abaixo da subida média global prevista de 6,0%.

As insolvências de empresas em Portugal deverão aumentar perto de 2,0%, para 2.590, este ano face a 2019, abaixo da subida média global prevista de 6,0%, segundo estudo da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos.

De acordo com o “Global Insolvency Outlook 2020”, elaborado pela seguradora de créditos e acionista da Cosec Euler Hermes, as insolvências vão aumentar, em média, 6,0% a nível global durante 2020, crescendo pelo quarto ano consecutivo, embora ao ritmo mais lento desde 2016.

Em 2020, quatro em cada cinco países vão assistir a um crescimento do número de insolvências e um em cada dois terão mais empresas em dificuldades do que no período anterior à crise financeira de 2008”, conclui o estudo, segundo o qual “Portugal não é exceção, mas terá uma performance menos negativa do que a média”.

No caso de Portugal, a Euler Hermes aponta para que se registem 2.590 insolvências este ano, um aumento de 1,96% face às 2.540 verificadas em 2019.

Citada num comunicado, a presidente do Conselho de Administração da Cosec afirma que “estes dados tornam evidente a necessidade cada vez maior de as empresas serem proativas e seletivas na escolha dos seus parceiros de negócio, no país em que operam e nos mercados para os quais exportam”.

“Devem, portanto, encontrar soluções que mitiguem o risco de crédito dos seus clientes como é o caso dos seguros de crédito”, considera Maria Celeste Hagatong.

As conclusões do estudo apontam que a América Latina (+13%, apesar de uma redução de -3% no Brasil) e a Ásia (+8,0%) terão “um peso determinante” na tendência mundial de aumento das insolvências, nomeadamente devido às subidas previstas no Chile (+21%), na China (+10%) e na Índia (+11%).

Já na Europa Ocidental – “onde o crescimento económico vai manter-se abaixo do valor que, por regra, estabiliza o número de insolvências” (+1,7%) – a Euler Hermes estima que “a maioria dos países vai registar uma subida do número de empresas em dificuldades, mas muito mais moderada”, em média de +3%.

França (0%), Portugal (+2%), Alemanha e Reino Unido (+3%), Itália (+4%) e Espanha (+5%) estão entre os países onde é estimado um crescimento do número de insolvências abaixo da média.

Estes números globais, explica o estudo, “refletem um conjunto de desafios adicionais que as empresas vão enfrentar durante este ano, nomeadamente um ritmo de crescimento moderado, disputas comerciais, incerteza política e tensões sociais e uma discrepância crescente entre os setores industriais, mais expostos às trocas comerciais internacionais, e os setores dos serviços, que vão beneficiar da resiliência da procura interna”.

“Embora se preveja que a melhoria das condições monetárias e financeiras globais vá ter um impacto positivo nas empresas, o aumento da concorrência por via dos preços e a subida dos salários mais elevados vão limitar as margens, traduzindo-se em problemas adicionais para um maior número de negócios na maioria dos países”, avança.

O Índice Global de Insolvências da Euler Hermes analisa 44 países que representam 87% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Os dados apresentados no “Global Insolvency Outlook 2020” são disponibilizados pela Cosec, com base no portal Citius e na II Série do Diário da República, e dizem respeito a processos de insolvências a pessoas coletivas. Relativamente aos empresários em nome individual, apenas estão registadas as entidades que constam da base de dados da Cosec.

Em termos de tratamento da informação, e no que às situações de insolvência diz respeito, é registada e sistematizada a “Sentença de Declaração da Insolvência” e a ‘’Nomeação do Administrador Judicial Provisório’’.

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