BRANDS' TRABALHO Liderança e gestão de recursos humanos em tempos de crise

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  • 6 Abril 2020

Rui Correia, EY People Advisory Services, Senior Manager, deixa 7 estratégias para que líderes mantenham a motivação e orientação dos colaboradores neste momento difícil.

Garantir a manutenção da liderança num momento de crise ou emergência é fundamental para ajudar colaboradores e organizações a atravessar momentos difíceis da melhor forma possível

No momento em que escrevo estas linhas, o mundo atravessa uma crise de pandemia global que tem as pessoas e organizações numa quarentena forçada. Em momentos como este, muitas organizações se vêm a braços com situações muito complicadas do ponto de vista de continuidade de negócio, muitas outras têm que lidar já com reduções muito significativas nas suas receitas. E ainda não sabemos sequer quando a esta fase passará…

Até lá, embora exista uma dose de incerteza incontornável, cabe à liderança das organizações manter o rumo e não deixar alastrar o pânico, o medo e a dúvida entre os seus colaboradores.

Em momentos de crise cabe aos líderes e gestores um papel crítico na gestão da situação e dos seus colaboradores. Na verdade, a forma como os líderes apoiam os seus colaboradores e como lidam com a crise, será lembrada muito depois de esta passar. Destas decisões e comportamentos resultará uma alienação da organização no pós-crise ou um reforço do sentimento de pertença e admiração, logo que as coisas voltem ao normal

Está nas mãos dos líderes, e dos líderes de recursos humanos (RH) em particular, a definição da estratégia para lidar com as pessoas nestes momentos.

É preciso reconhecer que as pessoas atravessam uma ampla gama de emoções nestas situações, começando pelas preocupações com a sua saúde e a segurança dos seus, mas também sobre a segurança dos seus empregos.

É nestes momentos que os RH devem apresentar respostas e uma liderança clara que permita manter – tanto quanto possível – o funcionamento das organizações.

A reputação da liderança é feita – ou perdida – em tempos de crise.

Cabe aos gestores de RH a responsabilidade de enquadrar a realidade e transmitir esperança e liderança aos colaboradores. Este não é o momento de deixar as pessoas entrar em pânico e perder o norte, mas antes um tempo de – reconhecendo a realidade – tomar decisões e dar passos importantes para reestabelecer a normalidade possível.

"Em todas as organizações, há hoje líderes preocupados em saber o que fazer. É preciso garantir que estão preparados para dar a melhor resposta possível às pessoas e ao negócio. ”

As equipas de liderança – suportadas nas suas equipas de RH – devem fazer um esforço por estar bastante visíveis nestes momentos e comunicarem ainda com mais frequência. Torna-se ainda mais evidente, num período como este, a necessidade de ter líderes preparados, dotados de competências de liderança não só técnicas, mas – e porventura sobretudo – comportamentais.

Os colaboradores precisam de uma comunicação clara da liderança sobre os mais diversos temas: saber se vão trabalhar remotamente, como o vão fazer, qual a perspetiva da empresa quanto à manutenção dos serviços, como serão geridas as interações das equipas ou as relações com clientes, novos ou existentes.

Que estratégias recomendamos aos líderes para ajudar a manter a motivação e orientação dos colaboradores neste momento difícil que atravessamos?

Os profissionais de RH e os líderes devem definir normas e procedimentos para lidar com situações de emergência, que tenham em conta o seguinte:

  • Reconheçam que os colaboradores atravessam um período de medo e ansiedade que deve ser acompanhado de formas de comunicação mais diretas, regulares e positivas;
  • Prevejam alguma queda de produtividade, especialmente para colaboradores com crianças pequenas, que estão com eles durante os períodos de trabalho remoto;
  • Estabeleçam canais de comunicação simples e frequentes e reuniões de equipa regulares;
  • Prestem o apoio e partilhem a informação necessária aos diversos degraus de chefia para assegurar a circulação das mensagens necessárias a todos os níveis da organização;
  • Promovam uma imagem de liderança forte, calma e que está a acompanhar a situação;
  • Permitam apoiar mais os que mais necessitem, seja porque precisam de tempo para acompanhar a família, seja porque a sua adaptação ao trabalho remoto está a ser difícil;
  • Levem as pessoas a focar-se no que verdadeiramente importa, permitindo ao negócio manter o foco na manutenção da atividade.

Como escrevi no início deste texto, neste momento a liderança é mais importante do que nunca.

Em todas as organizações, há hoje líderes preocupados em saber o que fazer. É preciso garantir que estão preparados para dar a melhor resposta possível às pessoas e ao negócio. Porque haverá um “dia seguinte” e quando chegarmos, lá estas serão razões para voltar a sorrir.

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