Silva Pereira pede ”sinais claros” do Conselho após união no PE sobre emissão de dívida europeia
Pedro Silva Pereira pediu “sinais claros” dos líderes europeus para apoiar a recuperação económica após a pandemia.
O eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira pediu esta sexta-feira “sinais claros” dos líderes europeus para apoiar a recuperação económica após a pandemia, salientando a união no Parlamento Europeu (PE) a favor da emissão de dívida europeia.
O eurodeputado, que falava em videoconferência de imprensa sobre a votação, hoje à tarde no PE, de uma resolução pedindo a emissão de títulos de dívida pela Comissão Europeia, admitiu não antecipar “transformações mágicas” das resistências no Conselho Europeu, mas esperar que os líderes europeus tenham em conta o apoio dos quatro maiores grupos políticos na assembleia europeia.
“Espero sim que a posição clara do PE e o apoio dos maiores grupos políticos, que são também os que suportam os governos que estão à volta da mesa [no Conselho], ajudem a influenciar uma decisão mais solidária e mais forte de resposta a esta crise”, disse Silva Pereira, que é também vice-presidente do PE.
Na votação de hoje à tarde, explicou, socialistas, conservadores, liberais e Verdes vão apoiar uma resolução sobre a resposta europeia à crise económica provocada pela pandemia ligada ao novo coronavírus.
A resolução propõe nomeadamente a criação de recovery bonds, títulos de dívida emitidos pela Comissão Europeia, garantidos pelo orçamento europeu, “que permitam financiar o investimento sem sobrecarregar a dívida dos Estados e, portanto, sem precipitar a União Europeia e a zona euro no risco de uma nova crise de dívidas soberanas”.
Pedro Silva Pereira considera tratar-se de “um contributo maior” do PE para que “a UE esteja finalmente à altura das circunstâncias da crise tremenda” que enfrenta.
Essa união dos quatro grandes grupos políticos – Socialistas & Democratas (S&D), Partido Popular Europeu (PPE), Renovar a Europa (RE) e Verdes – “mostra que é possível, apesar das divergências e diferentes sensibilidades, construir uma resposta comum e solidária que não tenha de ser um denominador comum fraco”, considerou.
“É a primeira vez que alguns grupos políticos convergem numa solução que envolve em alguma medida uma mutualização de dívida pública […] E isso tem o maior significado”, afirmou, explicando que “a gravidade da crise abre caminho a um entendimento político”.
Quanto ao Conselho Europeu, o eurodeputado admite que “ninguém espera que aquilo que até aqui eram resistências se tornem facilidades de um dia para o outro”, salientando que “a construção de soluções de compromisso e politicamente viáveis será sempre um trabalho difícil”.
Mas, frisa, não quer dizer que não devamos esperar que o Conselho dê sinais claros da sua disponibilidade de construir soluções, comece a apontar um caminho […], para que possa resultar já deste Conselho a indicação clara de que ouviu o PE, que representa os cidadãos europeus, e que está na disposição de avançar na direção certa”.
Para tal, considera que “há um contributo que Comissão Europeia pode dar”, apontando a “mensagem prometedora” de Ursula Von der Leyen sobre uma nova proposta para o Quadro Financeiro Plurianual “que não seja um quadro de cortes, mas de reforço do investimento” e declarações do comissário do Orçamento, Johannes Hahn, de que a Comissão “está a trabalhar já numa solução do tipo ‘recovery bonds’”.
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