Ideias? Há sempre, até em teletrabalho. Mas “vamos produzir o dobro para receber menos”, avisa a Partners

“Mudou a forma de trabalhar, a forma de reunir, a forma de pensar, discutir e partilhar, mas a essência é a mesma: ideias!” Diz Tomas Froes, CEO da Partners.

É de ideias que se faz o negócio. Boas ideias, estratégicas, criativas e, acima de tudo nesta fase, relevantes para a vida das pessoas. Ideias que por estes dias são trabalhadas a partir de casa, em teletrabalho, como explica Tomás Froes, CEO da agência portuguesa Partners, ao ECO, na rubrica Gestores em teletrabalho. “A rotina mudou 100%. E já há algum tempo porque muitos empresários, como nós, tomaram a decisão de rapidamente montarem postos de trabalho nas casas de cada pessoa. Antecipámos aquilo que seria posteriormente uma obrigação quando foi decretado o estado de emergência. Foi uma decisão acertada, que nos deixou preparados mais cedo que os nossos clientes, e pudemos por isso estar lá e ajudar as marcas quando elas mais precisaram”.

Um passo que implicou investimentos, nomeadamente em plataformas de software, em hardware, em acesso à internet, de forma a criar as condições para que a equipa pudesse continuar a atividade em casa. “Estamos por isso há mais de um mês nesta nova rotina “casa, trabalho casa, casa”, com novos colegas de trabalho ao lado, mulher/marido e filhos, e ligados à distância às nossas equipas através de Zooms, Teams, WhatsApp”, explica. Uma nova rotina com espaço para novos momentos na vida do CEO. “No meu caso a partir da 9h entro em “modo” agência e só desligo para o “modo” pai/marido às 20h ou 21h. Confesso que faço um intervalo para “modo” chefe à hora de almoço (adoro cozinhar, puxa a criatividade…) e que troquei as mensagens de WhatsApp com mulher e filhos por interações pessoais. Foi uma boa oportunidade de enviar menos “emojis kisses” e dar mais beijos” conta.

De volta às ideias, a agência adaptou-se rapidamente à nova realidade e trabalhou com os clientes – a partir das 72 casas dos colaboradores, campanhas que falaram diretamente aos portugueses. “Logo na primeira semana de quarentena lançámos a campanha para o Turismo de Portugal, #cantskiphope, e a campanha para o meo #timein. Campanhas feitas na integra em teletrabalho, e que foram duas das primeiras campanhas a irem para o ar neste período de pandemia que estamos a viver. Depois disso já fizemos campanhas para todos os nossos clientes, EDP, Brisa, Banco BPI, FPF, Recheio… e estamos a trabalhar já nos planos e comunicação para os próximos meses”.

Ainda que a essência da criatividade seja a mesma – uma boa ideia, com uma nova forma de trabalhar, Tomás Froes sente “uma maior diversidade de pensamento, talvez porque haja mais gente envolvida no processo e envolvida mais cedo, e isso tem trazido para os projetos mais pensamento em equipa e menos individual” explica.

Novas regras? “Sinceramente não sentimos necessidade de criar muitas regras, até porque na criatividade costumamos dizer que as regras são para se quebrar. Aquilo que puxámos foi pelo espírito criativo, pelo espírito #trustrisk que a Partners respira e já respirava antes deste período” responde.

"Isto vai ficar tudo bem, mas não vai ficar tudo na mesma. Por isso é preciso estarmos preparados. O país parou em movimento e nós não podemos entrar em modo “sleep” mas sim num modo “restart.”

Tomás Froes

CEO da Partners

Até porque a agência já está a sentir “e muito” o impacto financeiro da pandemia. “Em março e abril os números já são suficientemente negativos para percebermos que 2020 vai ser um ano para arregaçarmos as mangas. Vamos ter de produzir o dobro para receber menos. É assim, de forma muito pragmática, que olho para os próximos meses”, revela o CEO.

Com a convicção de que a recuperação acontecerá em diferentes velocidades nos diferentes setores, o que se reflete no negócio da agência, diz que a “retoma será gradual. Mas não podemos ter medo, pelo contrário, temos de ter esperança e olhar para aquilo que aprendemos e fizemos no passado como durante a crise de 2008/2009” recorda. E porque trabalha com ideias, deixa uma a fechar a conversa: “Faça sempre o que tiver medo de fazer” é uma frase que nos deve inspirar como líderes, para passar tranquilidade e segurança às pessoas com quem trabalhamos”.

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