BRANDS' TRABALHO O projeto de retorno da normalidade

  • BRANDS' TRABALHO
  • 27 Abril 2020

Joana Gonçalves Rebelo, Manager, EY People Advisory Services, aborda as temáticas relevantes na construção de plano de retorno aos locais de trabalho usuais na área dos recurusos humanos.

Desde o decretar do Estado de Emergência em março que a vida de todos foi alterada. As empresas foram obrigadas a transformar a sua forma de trabalhar, introduzindo o trabalho remoto sempre que possível.

Com o encerramento temporário de vários negócios, com cerca de 1 milhão de pessoas em lay off (valores a 15 de abril) e a economia praticamente parada, vemo-nos novamente perante a (in)certeza de nova recessão económica.

Há uma expectativa crescente de que o Estado de Emergência poderá ser levantado a curto/médio prazo e a maioria das empresas está a criar planos de retorno ao trabalho. Cada área olha para a sua atuação e planeia a forma de retomar o mais rapidamente possível o business as usual.

A área de recursos humanos em particular, e dependendo do setor e tipologia de negócio, tem a seu cargo uma tarefa particularmente complexa de gerir. Assim sendo, apresentamos de seguida um conjunto de temáticas que se mostram relevantes na construção de plano de retorno aos locais de trabalho usuais e que procuram suportar o negócio no processo de retoma:

  • Planeamento da força de trabalho: planear a força de trabalho necessária à continuidade de negócio. É importante identificar as competências críticas que o negócio necessita no imediato para dar resposta aos seus processos críticos. As empresas que tenham colocado em colaboradores em lay off ou tempo de trabalho reduzido necessitam igualmente de criar planos estruturados de retorno à empresa baseados em competências e necessidades de força de trabalho, considerando que nem todos poderão retornar de forma imediata, como nos casos de doença ou por terem dependentes cujas escolas ainda não tenham sido abertas.
  • Estruturação do trabalho remoto: a experiência do trabalho remoto, apesar de não ter sido universal, obrigou a uma experiência coletiva de trabalho à distância. Esta experiência foi uma oportunidade para desmitificar a solução, revelando os seus benefícios e desafios. Apesar do trabalho remoto de facto gerar desafios, também apresenta vantagens como sendo a redução de custos de estrutura, patrocina o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos trabalhadores como também abre portas à possibilidade de ter colaboradores a trabalhar de forma regular em regiões diferentes daquela em que a empresa opera diretamente. Assim, apesar de numa primeira instância ter sido uma solução imposta, a partir do momento em que se torne uma política voluntária da empresa deve ser estruturada e planeada para que se torne um novo normal.
  • Reenergizar a equipa: a retoma ao trabalho de forma mais tradicional e o suporte ao negócio deve ser alavancada por um espírito de equipa energizado, focado e alinhado sobre aquilo que são os objetivos a curto, médio e longo prazo. Este alinhamento é essencial para apoiar o atingimento dos objetivos definidos pela empresa. Realizar sessões de High Performing Teams, comunicação formal e enérgica por parte da liderança, teambuildings, etc, são exemplos de potenciais atividades para reacender a energia da equipa.
  • Retenção e brand management: a retenção de colaboradores poderá aparentar ser um tema pouco comum em épocas de crise económica. No entanto, com a recuperação esperada da economia, e mediante a forma como a empresa suportou os seus trabalhadores durante o período mais difícil, estes estarão mais ou menos predispostos a abraçar outros desafios como resposta direta à forma como sentiram as medidas das empresas. Avaliar o grau de engagement e motivação dos colaboradores é importante para garantir a retenção dos colaboradores com competências chave do negócio. Garantir que existe informação de gestão efetiva de suporte à tomada de decisão irá permitir a introdução de medidas atempadas de mitigação de potenciais riscos de perda. É ainda importante avaliar se a prestação da empresa durante esse período afetou nível de atração e a perceção de valor no mercado de recrutamento.

Ao planear o retorno à normalidade, são vários os fatores a ter em consideração, no entanto, quanto mais estratégico, associado ao negócio e atendendo às pessoas for esse planeamento, maior será o sucesso e ganho para a empresa.

Pensar em num futuro condicionado e incerto mostra-se desafiante, mas é imperativa a criação de planos com valor acrescentado direto para o negócio, no imediato e para o futuro.

Se tem interesse em receber comunicação da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc), por favor clique aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

O projeto de retorno da normalidade

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião