“100% da Goldenergy está a trabalhar desde casa”, diz o diretor-geral, Miguel Checa
Logo em março, o grupo suíço Axpo, a que pertence a comercializadora portuguesa Goldenergy, ativou o seu plano de contingência, com reuniões semanais para planificar "o pior cenário possível".
Miguel Checa, diretor-geral da Goldenergy, já está a retirar lições do regime de teletrabalho que implementou na sua empresa há mais de mês, aos primeiros sinais de abrandamento da economia e necessidade de isolamento social para conter a pandemia de Covid-19 e a propagação do vírus no país. O futuro ainda é incerto, mas o gestor garante que “depois desta experiência, o teletrabalho será uma prática mais ampliada na Goldenergy. Os nossos colaboradores estão a reagir muito profissionalmente”.
Logo em março, o grupo suíço Axpo, a que pertence a comercializadora portuguesa de energia Goldenergy, ativou o seu plano de contingência, com reuniões semanais para planificar “o pior cenário possível”. Até que ele chegou mesmo. “Começamos a trabalhar em teletrabalho a 50% primeiro e depois essa percentagem subiu aos 90%. Hoje praticamente 100% da nossa empresa está a trabalhar desde casa, suportada através de todo o tipo de canais digitais: VC, Meet, Hangout, Zoom, Slack, Whatsapp. A tecnologia consegue manter tudo de pé”, explica o espanhol Miguel Checa, que também aderiu ao teletrabalho desde a primeira hora.
Conseguido o primeiro objetivo — manter a empresa a trabalhar –, Miguel Checa teve no entanto de adaptar o ritmo e o rumo da operação. Como algumas áreas da empresa baixaram substancialmente a atividade (a começar pela área comercial que antes do estado de emergência estava a crescer a um ritmo de 450 novos contratos por dia), a Goldenergy aproveitou para realocar colaboradores para realizarem outras tarefas. A começar pelo atendimento telefónico a clientes, com o número de chamadas a aumentar exponencialmente. Não para pedidos de esclarecimento, mas para se candidatarem a 30 dias de eletricidade e gás.
“O lançamento da iniciativa de um mês grátis de gás e luz, com um fundo de 300 mil euros, com um máximo de 6.000 clientes, para aquelas famílias que viram os seus rendimentos serem afetados pelo Covid-19, foi uma iniciativa altamente valorizada que aumentou o número de chamadas normais em mais de 20%”, conta o gestor, sem esconder o orgulho na capacidade de gestão de mais de 18.000 chamadas por mês, mesmo em teletrabalho.
“A Goldenergy é um comercializador de energia, mas eu considero que somos uma empresa de serviço, graças ao investimento em ferramentas como a Cloud e a Saas conseguimos manter a qualidade no atendimento ao cliente”, relata Miguel Checa.
Sobre o impacto estima que a pandemia terá no mercado de trabalho, na economia nacional e internacional, o diretor-geral da Goldenergy diz que “estamos diante de um cisne negro. Numa época de recuperação económica global, quando as economias pareciam bem direcionadas, deu-se um repentino choque de oferta e procura, cujas consequências são muito incertas de momento. A desaceleração na movimentação de pessoas obviamente que terá um impacto relevante em todas as atividades relacionadas com o turismo e o lazer. Estamos perante um situação em que muitas pessoas estão a ter dificuldades“.
Ainda assim, o gestor mantém a esperança e acredita que, “dado que a atual crise é causada por um evento especifico, com unidade e as medidas apropriadas se poderá superar esta paragem económica repentina, de forma razoável. Depois da crise de 2008, empresas e governos estão determinados a evitar uma crise financeira, um problema de liquidez que poderia realmente causar uma crise global de longa duração”.
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