Solução de “contact tracing” da Google e Apple já está disponível
A Google e a Apple já disponibilizaram às autoridades de saúde mundiais uma solução que permite notificar pessoas que estiveram perto de pessoas diagnosticadas com Covid-19.
As empresas norte-americanas Apple e Google disponibilizaram esta quarta-feira uma plataforma para smartphone que notifica automaticamente as pessoas que possam ter sido expostas ao novo coronavírus. Num comunicado conjunto, as duas tecnológicas indicaram que as aplicações já estão disponíveis para as autoridades sanitárias de todo o mundo e garantiram a privacidade dos dados.
“A partir de hoje [quarta-feira], a nossa tecnologia está disponível para as agências de saúde pública” no iOS (Apple) e Android (Google), os dois sistemas de exploração de smartphones, lê-se no documento. “O que construímos não é uma aplicação, mas mais um interface de programação (API) que as agências de saúde poderão integrar nas suas próprias aplicações”, esclarecem as duas gigantes tecnológicas.
A sua utilização está agora no campo dos investigadores de cada país, que terão de construir uma aplicação a partir dessa plataforma. Em Portugal, já é sabido que um grupo a cargo do INESC TEC está a desenvolver uma solução que assenta na tecnologia da Apple e da Google, mas ainda não se sabe quando e se a mesma será lançada ao público.
Na Europa, os países estão, na sua grande maioria, a privilegiar para uma aplicação que se apoia na ferramenta fornecida pela Apple e pela Google, mas a França e o Reino Unido optaram por uma aproximação diferente. Ambas as aplicações nestes países estão ainda na fase de teste.
Muitos governos têm tentado, na maioria sem sucesso, desenvolver as suas próprias aplicações com o mesmo fim da solução apresentada esta quarta-feira pela Apple e pela Google, de forma a combater a propagação do novo coronavírus. Muitas dessas aplicações têm encontrado problemas técnicos nos telemóveis da Apple e Android, que não foram ainda politicamente aprovadas. Ambas recorrem com frequência ao GPS para localizar as pessoas, algo que foi banido na nova ferramenta devido a questões ligadas à privacidade.
As agências de saúde públicas, desde a da Alemanha até às dos Estados norte-americanos de Alabama ou da Carolina do Sul, estavam a aguardar o modelo das duas gigantes tecnológicas, enquanto outros governos se debatem com legislação ligada à privacidade e à proteção de dados pessoais.
As duas empresas garantiram que não estão a substituir o rastreio de contactos, um pilar do controlo da infeção, o que obrigará a uma formação adequada dos que trabalham na área da saúde para que se possa contactar quem possa ter sido exposto à infeção.
No entanto, explicaram que o sistema de “notificação de exposição” automático agora desenvolvido pode aumentar o processo de deteção e atrasar a propagação do Covid-19 pelos “transportadores do vírus” que interagem com estranhos e que ainda não têm os sintomas da doença.
A Apple e a Google insistiram na ideia de que a identidade dos utilizadores da aplicação está protegida por um identificador encriptado e anónimo. “A aprovação do utilizador é a chave para o sucesso e acreditamos que esta forte proteção da privacidade são a melhor forma de encorajar o uso destas aplicações”, afirmaram as duas empresas.
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