Centro histórico do Porto com mais áreas pedonais ao fim de semana

  • Lusa
  • 29 Maio 2020

A medida entra em vigor a 19 de junho e vai abarcar três zonas do centro do Porto, num total de 14 arruamentos, estando definido que para o efeito as ruas estarão condicionadas ao trânsito automóvel.

A Câmara do Porto anunciou esta sexta-feira que, a partir de 19 de junho, 14 arruamentos no centro histórico vão ser transformados em áreas pedonais aos fins de semana, como parte de um plano para “resgatar o espaço público”.

Numa conferência de imprensa realizada ao final desta manhã, o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, explicou que este é apenas o primeiro passo de uma estratégia de “resgaste” do espaço público que, “pelo menos nos últimos 30 ou 40 anos”, foi tomado pelo transporte individual motorizado.

“Aquilo que decorre da pandemia e que decorre também da reabertura da cidade demonstra que os cidadãos têm hoje grandes preocupações relativamente à utilização do espaço público. Nós fizemos uma experiência nas últimas semanas nas avenidas atlânticas e quisemos testar as águas e perceber qual era a forma como os cidadãos do Porto se iriam comportar perante um plano que estávamos a estruturar e que queríamos testar. E foi um bom teste”, disse.

Moreira considera que este é o mote para a cidade pensar sobre si própria, “como quer viver e conviver”, adiantando que a autarquia tem mais ideias para concretizar esta “aproximação progressiva” do cidadão ao espaço público.

Esta mensagem foi também reforçada pelo vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, que sublinhou que o plano é “evolutivo” e que a Câmara está aberta às sugestões de associações de comerciantes e de moradores.

De acordo com o município, os arruamentos onde vão ser implementados condicionamentos correspondem a “locais para os quais as pessoas orbitam, pela oferta comercial, qualidade do espaço de estadia, ou por serem lugares de passagem com elevado conforto”.

A medida, que entra em vigor a 19 de junho, vai abarcar três zonas operativas do centro do Porto, num total de 14 arruamentos, estando definido que entre as 08h00 de sábado e as 20h00 de domingo as ruas estarão condicionadas ao trânsito automóvel.

Em causa está a “Zona 1”, que abrange as ruas de Cedofeita, de Miguel Bombarda, do Breyner, do Almada, da Conceição e toda a extensão da Rua de Passos Manuel.

Abrange ainda, na zona da ‘Movida’, as ruas das Carmelitas, de Conde de Vizela, da Fábrica, de Santa Teresa e a Rua de Avis, que se juntam às áreas pedonais temporárias já existentes nas ruas de Cândido dos Reis e Galerias de Paris.

Já a “Zona 2” abarca o passeio das Virtudes e Rua do Dr. Barbosa de Castro, enquanto a “Zona 3” abrange a Rua dos Caldeireiros e Avenida Rodrigues de Freitas.

Nestas zonas, avançou o vereador do Urbanismo, será introduzido novo mobiliário urbano, temporário e amovível.

O acesso de moradores e comerciantes ao interior dos 14 arruamentos está salvaguardado.

O plano apresentado esta sexta-feira prevê ainda o alargamento, até ao final do ano, da rede de ciclovias ou percursos cicláveis em mais 35 quilómetros, perfazendo um total de “54 quilómetros de rede”.

Segundo a autarquia, no âmbito deste processo, praticamente toda a cidade, da zona ocidental à zona oriental, ficará ligada por uma rede de ciclovias ou percursos cicláveis, sendo que na Avenida da Boavista a intenção é colocar a ciclovia na via, afastando-a de zonas de estacionamento.

Esta aposta será acompanha da disponibilização de 130 lugares de aparcamento para bicicletas em parques vigiados e da instalação na via pública de 72 bicicletários, com capacidade para 521 lugares de aparcamento.

No âmbito desta estratégia, dá-se ainda início à operação de trotinetas e bicicletas em regime de partilha, que arranca já a partir de segunda-feira.

Segundo avançou o município, os 210 pontos de partilha foram marcados durante o período de confinamento e correspondem aos 2.100 lugares contratualizados com as três operadoras que durante o mês de junho disponibilizarão o serviço gradualmente.

Rui Moreira anunciou ainda que também as feiras e mercados de caráter não alimentar estarão de regresso a partir de 19 de junho, de forma faseada, depois de ter ouvido o setor que apresentou um plano de segurança para a retoma das atividades.

Questionado sobre as comemorações do São João na cidade, o autarca explicou que a decisão tomada pela autarquia de cancelar as atividades proporcionadas pelo município nunca foi a de “extinguir o São João”, e admitiu não ver nenhuma razão para que as pessoas não possam fazer o faziam, que é “deambular pela cidade”.

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