Covid-19: CEO da Axa anuncia 500 milhões para apoiar reanimação das PME francesas
A seguradora foi obrigada a indemnizar um empresário da restauração prejudicado pela covid-19. De seguida, a Axa anuncia que desembolsará 500 milhões para apoiar a reanimação das empresas francesas.
A Axa vai investir mais 500 milhões de euros no setor das PME francesas para as ajudar a reconstruir a capacidade de produção após a crise do coronavírus, avançou o presidente executivo (CEO) da seguradora francesa em entrevista à cadeia RTL.
“Estamos na fase da reanimação e, a seguir, será a fase da convalescença: requer investimento. É por isso que o setor dos seguros mobilizou 1,5 mil milhões de euros (…), incluindo uma grande parte para o turismo e a restauração”, afirmou Thomas Buberl citado na versão digital do jornal Le Figaro.
“A Axa vai anunciar que vamos investir 500 milhões adicionais para as PME e as ETI em França, porque é aí que está o coração da economia francesa”, prosseguiu. “A ideia é claramente reforçar estas empresas, enfraquecidas pela crise, a fim de as apoiar (…).Trata-se de um investimento no capital próprio das PME e das empresas de dimensão intermédia [ETI na sigla francesa], porque precisamos agora de reconstruir o capital produtivo para reforçar o coração da economia francesa”.
A confirmar-se, o novo pacote financeiro da companhia eleva o esforço da seguradora aos 875 milhões. Num comunicado divulgado a 14 de abril pela Axa France, a instituição já assumia um esforço de 375 milhões de euros de resposta voluntária ao combate da covid-19. Este montante repartia-se em 200 milhões de euros em quotizações devolvidas a clientes profissionais e empresas e mais 175 milhões que a companhia desembolsou para um fundo estatal de solidariedade nacional a favor das muito pequenas empresas.
Na entrevista à RTL, Thomas Buberl minimizou os riscos da recente jurisprudência desfavorável à companhia num processo judicial relacionado com um proprietário de restaurantes coberto por uma apólice de seguro comercial emitida pela companhia.
O CEO da Axa adiantou que a companhia espera alcançar um acordo com o empresário de restauração neste caso que, de acordo com especialistas, pode abrir um precedente na onda de litígios que, em vários países, opõe comerciantes (prejudicados pela pandemia) às suas seguradoras, por via de desacordos na interpretação do clausulado de apólices que cobrem interrupção de negócio.
Segundo foi amplamente noticiado, no âmbito de um processo sumário, o Tribunal de Comércio de Paris condenou a Axa a indemnizar Stéphane Manigold em cerca de 45 000 euros, o equivalente a dois meses de exploração que o empresário e tomador do seguro perdeu porque teve o estabelecimento encerrado por força das medidas governamentais de confinamento para conter a pandemia (covid-19).
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