1.ª fase dos exames nacionais vai ter menos alunos e menos provas

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Ao contrário do que acontece habitualmente, este ano as provas nacionais não são um requisito obrigatório para a conclusão do secundário, que será feita apenas com as classificações internas.

A 1.ª fase dos exames nacionais vai avaliar 151.530 alunos, inscritos em 254.865 provas, menos quase 90 mil em relação ao ano anterior, devido às novas regras introduzidas por causa da pandemia.

Os dados do Júri Nacional de Exames foram divulgados esta sexta-feira pelo Ministério da Educação, que ressalva que são números provisórios, uma vez não incluem as inscrições fora de prazo.

A 1.ª fase de exames arranca no dia 6 de julho com menos 8.310 alunos inscritos em relação ao ano letivo 2018/2019, mas a maior quebra é no número de provas a realizar, que caem em 87.705 devido ao regime de exceção introduzido pela tutela.

Ao contrário do que acontece habitualmente, este ano as provas nacionais não são um requisito obrigatório para a conclusão do secundário, que será feita apenas com as classificações internas, ou seja, as notas atribuídas pelos professores.

As novas regras explicam também a redução da média de exames por aluno, que este ano se situa abaixo dos dois exames (1,69) e, por outro lado, o motivo pelo qual jovens se inscrevem nas provas de avaliação externa.

A maioria dos alunos (91%) participa exclusivamente com o objetivo de concorrer ao ensino superior, em contraste com os dados referentes ao ano passado, em que a maioria tinha em vista a aprovação final do secundário.

Ainda assim, pouco mais de metade (55%) dos alunos inscritos nos exames nacionais tencionam prosseguir estudos no ensino superior.

Este ano, Português deixa também de ser a prova mais realizada, uma vez que não será obrigatória para todos os finalistas, contando com apenas 41.887 inscrições, em comparação com as mais de 77 mil do ano anterior.

O exame mais concorrido na 1.ª fase é, por sua vez, Biologia e Geologia (44.047), seguindo-se Física e Química A (42.269), Português e Matemática A (38.669)

Por cursos do ensino secundário, a maioria dos candidatos vem das Ciências e Tecnologias (45%), seguidas das Línguas e Humanidades (23%), Ciências Socioeconómicas (12%) e Artes Visuais (5%).

Do ensino profissional chegam apenas 558 matriculas, registando-se uma quebra de 208 em relação a 2019, uma vez que, este ano, foi criada uma nova via de acesso ao ensino superior para estes estudantes, que passam a poder realizar exames regionais, agendados para setembro.

A 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário arranca este ano a 6 de julho com a prova de Português, às 09h30, e termina a 23 de julho com a Literatura Portuguesa marcada para esse dia.

Ensino Superior vai ser “de certeza presencial” a partir de setembro

O ministro da Ciência e do Ensino Superior afirmou esta sexta-feira que o ensino superior “vai ser de certeza presencial” a partir do novo ano letivo e que deve dar o exemplo de como aprender a viver com a pandemia.

“Vai ser de certeza presencial, disso temos a certeza”, declarou o ministro Manuel Heitor, à margem de uma iniciativa sobre o pós-covid-19, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

O governante vincou que cabe às instituições fazerem a adaptação necessária à nova realidade e lembrou que a própria acreditação dos cursos depende do ensino presencial e não se coaduna com a exceção das aulas à distância imposta durante o estado de emergência.

Manuel Heitor sublinhou que o ensino é para começar em setembro “como não podia deixar de ser da forma presencial até porque todos os cursos e todas as ações estão acreditadas para funcionarem na forma presencial e por isso o arranque do ano letivo é feito exatamente nas condições para as quais os cursos foram acreditados”.

O ministro ressalvou que o regresso “obviamente tem de ser feito com responsabilidade, mas se não é o Ensino Superior a mostrar e a ensinar às pessoas como é que se vive com responsabilidade, quem é que poderá ser?”.

“Por isso são também as instituições de Ensino Superior aquelas que são mais adequadas a ensinar as regras”, reiterou.

O ministro voltou a apelar à “adaptação para evitar a acumulação em transportes públicos”, considerando que “essa é a questão mais crítica, não é dentro das instituições, é o acesso às instituições”, nomeadamente nos maiores centros populacionais.

“Por isso tenho apelado para desdobrar horários e tentar cumprir as normas, certamente o uso obrigatório de máscaras, mas garantindo sempre, sempre o ensino presencial porque também se não for assim os cursos perdem a sua acreditação”, vincou.

As condições excecionais do estado de emergência que obrigou ao ensino à distância estão revogadas, lembrou o governante, para frisar que agora “é preciso garantir que haja ensino presencial, salvo algum imprevisto”.

O ministrou lembrou que há orientações claras emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em Portugal, transcritas pela Direção-Geral da Saúde, que vão evoluir e considerou que hoje é sabido que “temos de aprender a viver com a pandemia e com as futuras pandemias.”

O governante salientou que só deverá haver uma vacina para o novo coronavírus “se calhar daqui a um ano e meio e, até lá, é preciso levar mais jovens para o Ensino Superior e ensinar-lhes também a viver e a conviver com a pandemia”.

A mobilidade internacional de estudantes poderá ser afetada pelas restrições à circulação para evitar a propagação da pandemia, no entanto o ministro defende que é preciso “claramente passar a mensagem” que tem de se continuar a reforçar a mobilidade, quer a nível europeu, quer dos países de expressão portuguesa.”

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