Líder do CDS acusa Governo de criar “bomba atómica no turismo”

  • Lusa
  • 8 Julho 2020

Francisco Rodrigues dos Santos acusou o Executivo PS de criar “uma bomba atómica no turismo” ao mostrar “falta de diplomacia” e por permitir “sinais contraditórios".

O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, acusou esta quarta-feira o Executivo PS de criar “uma bomba atómica no turismo” ao mostrar “falta de diplomacia” e por permitir “sinais contraditórios”.

Francisco Rodrigues dos Santos, que falava aos jornalistas em Gondomar à margem de uma visita a uma fábrica de ourivesaria, acusou o Governo de António Costa de estar a promover uma “estratégia errada” na “mensagem externa” a dar do país no que diz respeito à pandemia.

“No combate à pandemia, onde temos de dar uma mensagem externa de confiança sobretudo à nossa procura externa e aos turistas, o país tem tido uma estratégia errada quer ao nível da comunicação, quer ao nível da diplomacia. Por 100 mil habitantes, Portugal tem 46 novos casos, quando a média da União Europeia é 16. Isto é uma bomba atómica no turismo que tem de ser contrariada”, disse Francisco Rodrigues dos Santos.

O presidente do CDS-PP frisou que “há muito trabalho a fazer” e que “quem está a trabalhar é quem está a ser penalizado”, referindo-se ao setor produtivo e à indústria, mas também aos empresários ligados ao setor do turismo, razão incitou o Governo a “saber passar a mensagem” de que existem em Portugal “locais de baixa densidade e com a situação controlada onde é seguro passar férias”.

“O Governo tem de ser muito claro na mensagem que quer passar às pessoas, nomeadamente em matéria de saúde pública. Não pode emitir sinais contraditórios. De cada vez que as normas sanitárias são desrespeitadas, quem paga a fatura são os empresários e os trabalhadores que se veem com mais restrições, menos receitas ou a fechar portas com novos confinamentos”, disse o líder do CDS.

Francisco Rodrigues dos Santos frisou a ideia de que a diplomacia portuguesa “tem de funcionar para explicar à procura externa de turistas que Portugal não é Lisboa e o resto é paisagem, que há zonas seguras”, voltando a falar da exclusão do país dos corredores turísticos do Reino Unido. No plano dos “sinais contraditórios”, Francisco Rodrigues dos Santos descreveu um cenário que do seu ponto de vista é “bizarro” em Portugal.

“Os jovens não se podem encontrar em grandes aglomerados para beber uma cerveja. Parece-me bem. Mas a Festa do Avante pode realizar-se e continua a propaganda para um festival político à margem da cobrança de impostos nomeadamente o IVA. As pessoas não se podem concentrar nas ruas, mas pode haver manifestações todas as semanas da extrema-esquerda à extrema-direita, e novas concentrações de unidades sindicais? Parece que o país está para festas e que há dois países: o real e o país da propaganda do PS, onde os parceiros políticos podem tudo e o português não pode nada”, referiu.

Numa manhã dedicada ao setor da ourivesaria, Francisco Rodrigues dos Santos também deixou mensagens para o setor do turismo, bem como para empresários ligados à exploração de bares e as discotecas e organizadores e montagem de eventos.

“É preciso dar-lhes voz. Fala-se muito da TAP e de salvar o Novo Banco e estes empresários?”, apontou, reiterando a convicção de que “a atual estratégia no controlo da pandemia não tem corrido bem” porque “Portugal é o segundo país da União Europeia que tem o maior descontrolo ao nível da Covid-19”, acrescentou.

Sabemos os efeitos nefastos que isto tem para o nosso turismo. Estamos atualmente tem cerca de 600 mil desempregados, 880 mil trabalhadores em lay-off, as insolvências têm disparado e 40% perderam rendimentos. É necessário fazer alguma coisa. O Governo tem corrido constantemente atras do prejuízo. Tem estado atrasado face às circunstâncias e em vez de agir vai reagindo, há portugueses que estão a ficar para trás”, concluiu.

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