Maior parte dos negócios na bolsa realizados fora da Euronext Lisboa

A CMVM alerta que a "dispersão da negociação para plataformas situadas em outras jurisdições coloca naturalmente dificuldades acrescidas à supervisão".

Há “condições de liquidez cada vez “mais favoráveis” no mercado de capitais português, mas nem todo o dinheiro investido na bolsa nacional passa pela Euronext Lisboa. É uma realidade que já vem de trás, mas a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alerta que esta situação, que se regista na grande maioria das cotadas do PSI-20, traz “dificuldades acrescidas à supervisão”.

O mercado regulamentado, gerido pela Euronext, até “viu aumentada a sua importância relativa na negociação de ações domiciliadas em Portugal, em oposição ao verificado na negociação realizada em mercado de balcão”, começa por dizer a CMVM. Contudo, o seu peso continua a ser diminuto no total dos negócios realizados na bolsa de Lisboa. A Euronext passou a representar ligeiramente mais de 30% dos negócios, mas contra 45% das operações feitas em mercado de balcão (OTC).

"Aumento da dispersão da negociação para plataformas situadas em outras jurisdições coloca naturalmente dificuldades acrescidas à supervisão.”

Gabriela Figueiredo Dias

Presidente da CMVM

“Entre os 18 títulos que integram o índice PSI-20 no final do ano, dez apresentam um incremento do indicador de fragmentação”, que revela o peso do mercado regulamentado Euronext Lisboa na negociação, com os maiores aumentos a ocorrerem “na Corticeira Amorim, na Ibersol e na Sonae Capital”, nota a CMVM. Mas continua a ser reduzido, com a generalidade das cotadas a ver a sua liquidez vir fora de mercado regulamentado.

Com exceção da Pharol e da Ramada, a maior parte da atividade de negociação dos títulos do PSI 20 aconteceu fora da Euronext Lisboa em 2019“, nota o supervisor, liderado por Gabriela Figueiredo Dias, salientando, no entanto, que “esta evolução não difere substancialmente da verificada em outros mercados desenvolvidos”.

Recordando que o peso da negociação feita em mercado regulamentado no total da negociação é baixo, mantendo-se aquém do registado antes da crise de 2008, a CMVM alerta que o “aumento da dispersão da negociação para plataformas situadas em outras jurisdições coloca naturalmente dificuldades acrescidas à supervisão”.

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