Um “passo histórico” que mostra uma “Europa unida”. As reações à segunda cimeira mais longa da história da UE
Os 27 Estados-membros chegaram finalmente a um acordo quanto à composição do Fundo de Recuperação para a União Europeia. As primeiras reações já se fizeram ouvir.
Reunidos em Conselho Europeu, os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) alcançaram um acordo histórico para a constituição de um fundo de 750 mil milhões de euros para combater a crise. Foi ainda aprovado o quadro financeiro plurianual de 1,074 biliões de euros. Apesar de o pacote ainda ter de ser ratificado pelo Parlamento Europeu, já há várias reações ao resultado da segunda cimeira mais longa da história da UE.
Acordo é “oportunidade única para modernizar Europa”, diz Von der Leyen
A presidente da Comissão Europeia afirmou que o acordo alcançado durante a madrugada “é uma oportunidade única para modernizar a Europa”. Para Ursula von der Leyen, o acordo demonstra que “a Europa ainda tem coragem e imaginação para pensar em grande” e que “está determinada em fazer reformas e investimentos”.
Foi, por isso, dado “um passo histórico” de que todos se “podem orgulhar“, considerou a presidente, observando também que a criação do Fundo de Recuperação “liga solidariedade e responsabilidade” e “estabelece as bases para uma Europa moderna e sustentável”.
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No entanto, Von der Leyen também deixou um aviso, pois “falta dar outros passos importantes”. “Primeiro e mais importante: conseguir o apoio do Parlamento Europeu. Ninguém deve dar a União Europeia como garantida”, alertou.
Presidente do Conselho Europeu vê uma Europa “forte e sólida”
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou que o pacote de retoma da economia comunitária pós-crise da Covid-19 é “um acordo forte” que mostra que a Europa está “sólida”, lançando “um sinal de confiança” a todos.
“Conseguimos. A Europa está forte, a Europa está unida”, disse Charles Michel ao quinto dia do Conselho Europeu. “Demonstrámos responsabilidade coletiva e solidariedade e [mostrámos] que acreditamos no nosso futuro comum”, considerou o homem responsável pelas negociações, apontando que o acordo “é sobre dinheiro, mas também é sobre muito mais que dinheiro”. “É sobre famílias e trabalhadores, os seus empregos e a sua saúde e bem-estar”, afirmou.
“Acredito que este acordo vai ser visto como um momento charneira na história da Europa, lançando-nos para o futuro”, acrescentou. Foi Charles Michel quem anunciou primeiro o acordo, através de uma mensagem publicada de madrugada no Twitter:
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Costa destaca pioneirismo do “instrumento específico de recuperação económica”
No Twitter, o primeiro-ministro português, António Costa, reagiu ao acordo com uma mensagem: “Foi aprovado, pela primeira vez, um instrumento específico de recuperação económica”, começou por dizer em relação ao fundo de 750 mil milhões.
Segundo o primeiro-ministro, a verba alocada ao país no orçamento plurianual, que ultrapassa os 45 mil milhões de euros, é “um aumento de cerca de 37% em relação ao atual quadro financeiro”. “Um sinal de confiança à Europa e a Portugal para a recuperação económica face à pandemia da Covid-19”, frisou também António Costa.
Já na conferência de imprensa após a cimeira, o chefe do Governo português afirmou que Portugal terá agora quase 58 mil milhões de euros para executar ao longo da próxima década, a um ritmo de execução que poderá fixar-se nos 6.000 milhões de euros por ano.
Santos Silva saúda “passo histórico” na construção europeia
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, saudou hoje o acordo alcançado pela União Europeia como “um passo histórico” e assegurou que Portugal vai “aplicar criteriosamente” o “volume precioso” de subvenções que vai receber.
Num vídeo divulgado nas redes sociais do Partido Socialista, Santos Silva afirmou que o acordo dos 27 sobre o fundo de recuperação pós-pandemia foi obtido após “negociações muito complexas” e “muito demoradas”, “mas é um bom acordo”.
“Chegou-se a um compromisso que representa um passo em frente e um passo histórico no processo de construção europeia”, considerou Augusto Santos Silva.
Merkel fala em “Europa unida” quando se exigiam “respostas extraordinárias”
A chanceler alemã, Angela Merkel, não escondeu a dificuldade em se chegar a um acordo: “Não foi fácil, mas no final encontrámo-nos”, disse, enfatizando que “o multilateralismo está sob grande pressão neste momento” e que “a Europa mostrou nesta situação ser capaz de agir”.
Merkel, cujo país assume agora a presidência da UE, fez essa declaração ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, com quem participou em sucessivas reuniões de grupo, juntamente com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, até que o acordo fosse alcançado.
Ministro alemão prevê crescimento em toda a UE em 2021
O ministro da economia alemão, Peter Altmaier, também já se pronunciou e refere que a Alemanha prevê um regresso ao crescimento em todos os países da União Europeia (UE) até 2021 graças ao plano de relançamento económico aprovado hoje em Bruxelas, afirmou.
“Estou convencido que, com a aplicação do plano, a Alemanha terá um crescimento sustentável em 2021 e 2022“, disse Altmaier em conferência de imprensa. “Veremos a partir do fim de outubro sinais claros de uma tendência em alta” e “será semelhante em vários países europeus”, considerou, embora tenha admitido que “muitos outros países terão nessa altura o ponto culminante dos problemas”.
Mas, “a partir de 2021, todos os membros da União Europeia estarão de novo a crescer“, disse o ministro, considerando que o plano adotado em cimeira pelos chefes de Estado e de Governo da UE é “uma boa notícia para milhões de europeus”.
Pacote “salvaguarda interesses holandeses”
O primeiro-ministro da Holanda, que encabeçou o conjunto dos autodenominados países “frugais”, considerou que o acordo firmado pelos líderes da UE sobre a resposta à crise da Covid-19 é positivo e “salvaguarda os interesses holandeses”, tornando “a Europa mais forte”.
Mark Rutte reagiu pouco depois do fim da cimeira, na rede social Twitter, ao acordo alcançado pelos 27 para a retoma da economia comunitária pós-crise da covid-19, que pôs fim a uma das cimeiras mais longas da história da UE.
“Após longas e intensas negociações, chegámos a um acordo sobre o orçamento a longo prazo da UE e o fundo de recuperação da UE. O resultado é um bom pacote que salvaguarda os interesses holandeses e que tornará a Europa mais forte e mais resiliente”, escreveu Mark Rutte.
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Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, Rutte acrescentou ainda que o acordo é “abrangente” para os países mais afetados pela Covid-19, saudando ainda o facto de, “nos casos mais extremos, o travão de emergência poder ser acionado se esses países não tiverem feito o suficiente”.
“Satisfeita” com o acordo, Áustria agradece aos países “frugais”
O chanceler austríaco Sebastian Kurz mostrou-se “bastante satisfeito” com o acordo firmado pelos líderes da UE) sobre a resposta à crise, agradecendo aos colegas, “especialmente os frugais”. Kurz é outro um dos rostos dos designados países “frugais”, formados pela Holanda, Aústria, Suécia e Dinamarca.
“Conseguimos alcançar um bom resultado para a UE e a Áustria”, escreveu o chanceler austríaco na sua conta oficial na rede social Twitter, terminando a mensagem com um agradecimento “a todos os colegas, especialmente os frugais”.
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Presidente francês fala em “dia histórico”
Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que com o acordo de retoma da economia comunitária pós-crise Covid-19 aprovado hoje no Conselho Europeu este é “um dia histórico para a Europa”.
A afirmação de Macron surgiu numa publicação na rede social Twitter, pouco depois de o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ter anunciado o acordo.
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O ministro da economia francês, Bruno Le Maire, também já reagiu ao acordo, destacando que se trata do “nascimento de uma nova Europa”. A Europa vai ser “mais solidária, mais ecológica e ainda mais franco-alemã”, disse Le Marie à France Info sublinhando que “pela primeira vez na história, a Europa aceitou – em comum – fazer face à dívida”.
Itália “satisfeita” com “ambicioso” acordo sobre fundo recuperação
O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, declarou-se hoje “satisfeito” com o “ambicioso” acordo aprovado em Bruxelas sobre o fundo de recuperação da União Europeia (UE), que permitirá transformar Itália.
“É um momento histórico para a Europa e para Itália […]. Estamos satisfeitos, aprovámos um ambicioso plano de recuperação, apropriado para a crise que vivemos”, disse Conte aos jornalistas italianos em Bruxelas.
O acordo dá a Itália “a oportunidade de recomeçar com força” e ao governo a responsabilidade de “mudar a face do país”, disse. “Agora temos de ser rápidos. Temos de usar este dinheiro em investimentos e reformas estruturais”, acrescentou o primeiro-ministro italiano.
“Um passo decisivo para a recuperação”, diz Elisa Ferreira
A comissária europeia Elisa Ferreira saudou hoje o acordo dos 27 como “um passo decisivo para a recuperação”, destacando que a proposta da Comissão se manteve como “ponto de referência” e cabe agora a palavra ao Parlamento Europeu.
“O acordo é um passo decisivo para a recuperação. Foram necessários compromissos, mas a proposta da Comissão Europeia manteve-se como ponto de referência”, escreveu a comissária da Coesão e Reformas no Twitter.
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“Palavra agora para o Parlamento Europeu. O importante: tenha em mente que, mais que um mercado, a União Europeia é uma comunidade de destino”, acrescentou. Num outro tweet, a comissária portuguesa frisou que o acordo alcançado hoje de madrugada no Conselho Europeu “reconhece que uma recuperação sustentada e justa precisa de coesão e reformas no seu ADN” e na “responsabilidade coletiva” para um futuro “verde, moderno, justo e resiliente”.
“Sem complacência. Sem tempo a perder”, acrescentou a comissária europeia responsável pela Coesão e Reformas.
(Notícia atualizada às 14h43 com mais reações)
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