Swiss Re reporta prejuízo de 1,1 mil milhões até junho prevenindo já fatura Covid-19

  • ECO Seguros
  • 3 Agosto 2020

As perdas anunciadas supõem 2,5 mil milhões de dólares que a companhia assume já como perdas finais em resultado da pandemia. A divisão P&C sinaliza, em julho, acréscimo de 6% em resseguros.

A Swiss Re, líder mundial no resseguro, confirmou os números preliminares adiantados uma semana antes, reportando prejuízo líquido de 1,13 mil milhões de dólares (cerca de 930 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020, refletindo provisões e reservas associadas à pandemia (Covid-19) por um montante total de 2,5 mil milhões de dólares (cerca de 2,1 mil milhões de euros), em grande parte correspondendo a reservas por perdas reconhecidas, mas não reportadas (IBNR na sigla internacional).

Excluindo este montante que totaliza os custos que a instituição suíça espera suportar por conta da Covid-19, a companhia indica que o lucro líquido ascendeu a 865 milhões de dólares, a refletir o forte desempenho no conjunto da operação corrente do grupo. No entanto, mesmo expurgando o efeito da pandemia, o lucro alcançado foi inferior aos 935 milhões apurados na primeira metade de 2019.

A Swiss Re considera que o pior ficou para trás, não antecipa uma segunda vaga na crise sanitária e reconhece níveis de incerteza no horizonte, mas espera que as reservas e provisões inscritas nas contas do semestre de 2020 “cubram grande parte das perdas totais” relacionadas com a pandemia, afirma Christian Mumenthaler, CEO do grupo, citado no comunicado.

De acordo com os números consolidados, o grupo terminou o semestre com 19 329 milhões de dólares de prémios líquidos (incluindo comissões), um incremento superior a 6%. A área de propriedade e danos (P&C), divisão que mais receita gera na Swiss Re, registou 9,6 mil milhões de dólares em prémios, em progressão de 10% face aos 8,72 mil milhões um ano antes.

Mas, por causa da Covid (fecho de empresas e perdas de exploração, eventos cancelados, etc), P&C apresentou um resultado negativo de 519 milhões, enquanto o rácio combinado passou de 100,5%, em junho de 2019, para 115,8%. Este indicador de eficiência na indústria de seguros e resseguros é considerado negativo sempre que se situe acima dos 100%. De resto, a rentabilidade do negócio medida pelo RoE (retorno sobre capitais próprios) passou de 15,9%, em junho de 2019, para -12,8% no final do semestre agora reportado.

Dos 2,5 mil milhões em provisões e reservas destinados à fatura total da Covid-19, cerca de 1,5 mil milhões pertencem à divisão P&C, refere o comunicado. No entanto, ainda na área P&C, a resseguradora realça que o volume de renovação contratual cresceu 6% já em julho, beneficiando da dinâmica do mercado e de subida significativa de preços no resseguro de catástrofes naturais.

Nas restantes divisões, o negócio de gestão de ativos fechou o semestre com ganhos de carteiras (sobretudo em rendimento fixo) gerando rentabilidade de 3,2%, Life & Health (L&H Re) alcançou 74 milhões de lucro (excluindo impacto Covid, o lucro foi de 516 milhões), enquanto o negócio Coporate Solutions apontou prejuízo de 301 milhões de dólares. A unidade Life Capital, que será desagregada da estrutura legal de consolidação do grupo no final do ano, perdeu 217 milhões em grande parte a refletir a desvalorização bolsista da Phoenix.

Por fim, a companhia confirmou que, em 22 de julho, obteve as aprovações regulamentares para a conclusão da venda da filial bitânica ReAssure à Phoenix Holdings. Em resultado da operação, a Swiss Re (através da divisão Life Capital) passou a deter uma participação de 13,3% na Phoenix e encaixa 1,2 mil milhões de libras esterlinas destinadas a reforçar a posição de capital do grupo.

Incluindo o impacto desta transação e as perdas reportadas no balanço de janeiro a junho, a Swiss Re assume um rácio de solvência (SST- Swiss Solvency Test) em nível superior ao alvo de 220%.

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