É oficial. Governo britânico inclui Portugal nos corredores aéreos
Após semanas consecutivas em que foi excluído, Portugal vai integrar a lista de corredores aéreos do Reino Unido, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Portugal fará parte da lista de corredores aéreos do Reino Unido, após semanas consecutivas em que o país foi excluído. A informação avançada esta quinta-feira pelo jornal britânico The Guardian foi confirmada pelo secretário de Estado dos Transportes britânico, Grant Shapps, no Twitter. A mudança ocorrerá a partir das 16h de sábado.
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“Os dados mostram que podemos agora acrescentar Portugal à lista de países incluídos nos corredores aéreos“, escreveu o político britânico, avisando logo de seguida que os britânicos devem estar cientes de que a situação pode “mudar rapidamente”. Ou seja, tal como aconteceu com outros países, Portugal pode vir a sair da lista caso haja um aumento significativo de casos.
O secretário de Estado dos Transportes vai mais longe ao recomendar aos britânicos que “apenas” viagem se estiverem confortáveis em cumprir uma quarentena de 14 dias, de forma “inesperada”. “Falo por experiência”, acrescentou, referindo-se à sua viagem a Espanha que o obrigou a cumprir essa mesma quarentena, após a retirada do país da lista por parte do Governo.
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Em reação à decisão, o Ministério dos Negócios Estrangeiros usou também o Twitter para classificar a novidade de uma “boa notícia”. “A partir do próximo sábado os viajantes provenientes de Portugal que cheguem ao Reino Unido deixam de estar sujeitos a quarentena”, escreve o Ministério liderado por Augusto Santos Silva, assinalando que “as autoridades britânicas consideram também seguras todas as deslocações a qualquer parte do território português“.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz ainda que o “levantamento desta restrição é útil” sobretudo para “os mais de 300 mil de portugueses no Reino Unido e os mais de 30 mil britânicos residentes em Portugal”. E que é “o resultado do intenso trabalho bilateral realizado nas últimas semanas, que permitiu demonstrar que a situação epidemiológica esteve sempre sob controlo, sendo Portugal um dos países europeus com mais testes, menos óbitos e menos hospitalizados”.
Assim, os turistas britânicos que vierem para Portugal não terão de fazer uma quarentena de 14 dias a que eram obrigados até agora, desde que as viagens aéreas entre o Reino Unido e o território nacional foram restabelecidas. Todas as pessoas que cheguem ao Reino Unido do estrangeiro estão obrigadas a ficar em isolamento durante duas semanas, exceto as que vierem dos países que constem desta lista.
Esta mudança deverá ser benéfica para o setor do turismo em Portugal, particularmente no Algarve (o principal destino dos britânicos) — dado que os turistas britânicos representam a segunda maior fatia dos visitantes que todos os anos chegam a território nacional — ainda que o verão já esteja cada vez mais perto do fim. Em junho, foram os turistas residentes a dar um impulso ao setor, após uma quase paralisação, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em sentido contrário, o Governo britânico deverá retirar da lista a Croácia, após um aumento dos casos nesse país, segundo o The Guardian. Também esta informação foi confirmada pelo secretário de Estado dos Transportes, que acrescentou ainda a Áustria e Trindade e Tobago aos países que vão sair dessa lista.
No Twitter, Grant Shapps também deu a conhecer os fatores que levam a mudanças na lista: a prevalência estimada do vírus no país; o nível e a taxa de crescimento dos casos positivos confirmados; o nível de testes do país; “até que ponto é que os casos podem ser atribuídos a um surto contido por oposição a uma transmissão mais geral na comunidade”; as medidas do Governo; e outra informação epidemiológica que seja relevante.
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No início deste mês, indignado com as decisões do Reino Unido, o Governo português decidiu enviar um relatório da situação epidemiológica com base nos critérios usados pelos britânicos para tentar alterar as restrições de viagem. “Espero que uma próxima revisão da parte das autoridades britânicas signifique finalmente o reconhecimento dos factos, porque, na minha opinião, não há nenhum facto em Portugal que justifique que passageiros oriundos de Portugal sejam sujeitos a quarentena em Inglaterra”, disse nessa altura o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Em 2019, 15% dos 24,6 milhões de turistas não residentes que Portugal recebeu eram do Reino Unido, apenas superado pela Espanha que representa 25,5% dos turistas estrangeiros que chegam ao território nacional. O número de turistas britânicos cresceu 7,6% no ano passado.
(Notícia atualizada às 17h49 com mais informações)
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