39% das empresas admitem reduzir investimento em mais de metade até ao final do ano

Face aos efeitos da pandemia e apoios disponibilizados pelo Estado, 60% das empresas acreditam que as vendas vão diminuir, em média, 36% no último trimestre. Só 12% antecipam uma subida.

Face aos efeitos da pandemia e aos apoios disponibilizados pelo Estado, 39% das empresas admitem reduzir o investimento nos últimos três meses do ano, cortando em mais de metade o investimento feito na totalidade do ano passado. Esta é uma das conclusões do 8.º inquérito da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que mostra ainda que 60% das empresas acreditam que as vendas vão diminuir no último trimestre.

39% das 558 empresas contactadas pela CIP pensam diminuir o investimento que será feito nos últimos três meses do ano, cortando, em média, “mais de metade” do que investiram no ano passado, refere o estudo dos patrões, divulgado esta segunda-feira. Enquanto isso, 43% das empresas esperam manter o investimento feito no último trimestre do ano passado.

No que diz respeito a vendas, 60% das empresas acreditam que as vendas vão diminuir, em média, 36% no último trimestre, enquanto 29% antecipam que vão manter as vendas e 12% anteveem um aumento das vendas.

Mas nem tudo é mau. Comparando com o último trimestre, há menos empresas a pensar despedir trabalhadores: apenas 17% admitem cortar, em média, 25% do número de efetivos. Segundo a CIP, isto “significará um esforço das empresas em manter postos de trabalho face à quebra de vendas“. O mesmo estudo mostra que 83% das empresas preveem manter ou, mesmo, reforçar os recursos humanos. “As empresas têm feito um esforço enorme para manter os recursos humanos apesar dos efeitos da pandemia”, disse o presidente da CIP, António Saraiva.

Sobre os apoios do Estado, 77% das empresas consideram que os programas de apoio do Estado estão aquém (ou muito aquém) do necessário, sendo que 87% das empresas inquiridas recebeu financiamento bancário para fazer face às dificuldades provocadas pela pandemia.

No que toca às vendas, 72% das empresas mantiveram os prazos de pagamentos aos fornecedores, enquanto 19% tiveram de aumentar, em média, em 42 dias esses prazos. Por sua vez, 9% das entidades reduziram estes prazos em cerca de um mês.

O mesmo relatório indica ainda que, em setembro, 56% das empresas tiveram uma redução média de 38% do volume de negócios. Isto depois de 60% das empresas terem vendido apenas a clientes habituais, enquanto os novos clientes representaram, em média, 14% das vendas do nono mês do ano. 46% das empresas diminuíram, em média, 36% das encomendas em carteira (vendas no futuro).

Para o futuro, António Saraiva afirma que é preciso olhar “com um moderado otimismo”. “Desejávamos receber uma ajuda do Estado que promovesse fusões e concentrações para termos mais escala, mais apoios à tesouraria (as linhas de crédito devem ser alargadas) e maio apoio à capitalização e recapitalização (grupo de trabalho que está a funcionar no Ministério da Economia tem demorado algum tempo a lançar medidas)”.

(Notícia atualizada às 16h55 com mais informação)

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