Governo subiu preço por doente Covid para ser “mais atrativo” para os privados

O Governo decidiu aumentar o preço que paga por doente com Covid-19 aos privados para 2.495 euros. Em internamentos com recurso a ventilação, o valor pode exceder os oito mil euros.

O Governo decidiu aumentar o preço por doente com Covid-19 que paga aos privados para 2.495 euros para “tornar as convenções mais atrativas para os prestadores e assim melhorar o que era a dificuldade de ter respostas”, explicou a ministra da Saúde, Marta Temido. Já o preço do internamento em cuidados intensivos foi “desdobrado em dois”.

“Em abril, não havia casuística de Covid, não havia ainda histórico de doentes de Covid-19 e foi estabelecido um preço por aproximação”, explicou a ministra, na conferência de imprensa de ponto de situação da pandemia. Agora, “já temos oito meses de histórico” e “foi com base nessa experiência que se fizeram ajustamentos” no preço, apontou.

O preço para internamento de um doente por Covid-19 em hospital não Serviço Nacional de Saúde (SNS) passou de 1.962 euros para 2.495 euros.
Já o internamento em unidades de cuidados intensivos tinha um preço “fixo independentemente do período pelo qual doentes precisassem de estar a ser ventilados”, que foi agora “desdobrado em dois”. Para ventilação inferior a 96 horas fixa-se nos 6.036 euros, e para ventilação superior a 96 horas são 8.431 euros.

Estas alterações focaram-se apenas nos doentes com Covid-19, tendo em vista “tornar as convenções mais atrativas para os prestadores e assim melhorar o que era a nossa dificuldade de ter respostas para doentes Covid”, apontou a ministra, acrescentando que neste momento são estas as principais necessidades.

Já o preço para o SNS “é um preço global para todos os tipos de atos”, que se fixa neste momento nos 2.759 euros. “É mais elevado do que nos hospitais privados”, reconhece a ministra, mas não é apenas para casos Covid e “reflete um conjunto de circunstâncias”, como a formação de internos ou questões relacionadas com a interioridade dos serviços.

A ministra adiantou ainda que existe já, no Norte, “um conjunto de respostas efetivas no setor das fundações e social”. Estas incluem a Fundação de Ensino e Cultura Fernando Pessoa, que disponibilizou 45 camas para doentes Covid, o Hospital das Forças Armadas, que tem 40 camas para doentes Covid, e o Hospital Cuf Porto, que disponibilizou à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte oito camas, adiantou a ministra.

Este conjunto totaliza já 93 camas, sendo que a ARS do Norte “está também a fechar acordos com mais duas entidades”: com o grupo Trofa, que vai disponibilizar 20 camas, e com a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa do Lanhoso, para 40 camas disponíveis, que podem ir até 80, acrescentou Marta Temido.

(Notícia atualizada às 16h05)

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