Tecnologia pode desbloquear potencial de África, diz filha de Mandela

A tecnologia será fundamental para aproveitar os recursos naturais do continente africano, nomeadamente através da sua aplicação na agricultura, defendeu Makaziwe Mandela na Web Summit.

Makaziwe Mandela, filha de Nelson Mandela fundadora da House of Mandela Family Foundation, foi uma das oradoras na Web Summit, esta quinta-feira. Destacou o potencial da agricultura para criar riqueza no continente africano, fez um apelo aos Governos africanos, e lembrou a urgência de se aproveitarem os seus recursos naturais, através da aposta na manufatura local e da tecnologia nos processos agrícolas.

O potencial do continente africano está na agricultura”, começou por sublinhar Makaziwe Mandela, no início da sua intervenção.

Vejo um grande papel da tecnologia em África e acho que a colaboração com algumas empresas como a Google, que já está presente no país [África do Sul], e as parcerias com empresas tecnológicas locais, será uma forma de desbloquear o potencial que existe em África”, destacou Makaziwe Mandela.

Se formos capazes de utilizar a tecnologia, seremos capazes de beneficiar mais dos recursos que produzimos. Estamos a perder o potencial no que diz respeito a produzir alimentos no continente e isso inclui África do Sul”, reforçou a filha de Mandela, que destacou a necessidade de potenciar o acesso à tecnologia em todo o continente e, além da exploração dos recursos, apostar na produção local. Aqui, a tecnologia pode ter um papel fundamental, reforçou.

Para ilustrar, deu o exemplo do Gana onde, em 2019, foi descoberto petróleo. “Há muitos artesãos a minar o ouro, mas o ouro é exportado. Até mesmo com o petróleo, há muitas indústrias que podem ser geradas pelo petróleo, mas não estão a ser exploradas”, sublinhou.

Makaziwe Mandela revelou ainda que, através da Nelson Mandela Foundation, está apostada em fazer chegar os últimos avanços tecnológicos às zonas mais rurais e apostar na educação das populações. Contudo, os resultados a nível continental só serão alcançados com a partilha de conhecimento entre os vários países africanos, com o apoio dos governos, ressalvou.

“A pandemia mostrou a necessidade de colaborarmos e de nos apoiarmos uns aos outros“, reforçou. Os governos devem focar-se em desenvolver as capacidades das suas pessoas. Todos os países conseguem ser autossuficientes até certo ponto. Os governos devem focar-se nas áreas competitivas do seu país”, aconselhou.

Por fim, destacou ainda o papel das grandes organizações na inclusão e da diversidade de talento, para ajudar a combater a desigualdades. “Todos temos os mesmos desejos na vida. Temos de celebrar as nossas diferenças, porque fará com que o mundo seja um lugar melhor e mais entusiasmante”, concluiu.

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