Vacinação arranca hoje. Quantas doses chegaram a Portugal? Quem é prioritário?

  • ECO
  • 27 Dezembro 2020

Vão chegar mais de 79.000 vacinas a Portugal ainda em 2020. Quem é vacinado primeiro? Quanto é que o Estado investiu?

Em menos de uma semana tudo avançou rapidamente. A Agência Europeia do Medicamento aprovou, segunda-feira, a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 ao início da tarde. No final do mesmo dia, a Comissão Europeia concedeu a autorização de emergência para a vacina.

Os países da União Europeia (UE) estavam a postos. Parte das vacinas chegaram no sábado e este domingo arranca a vacinação contra a Covid-19 em Portugal e nos restantes 26 Estados-membros da UE. O ECO preparou um pequeno guia com as principais dúvidas sobre o processo de vacinação.

Quantas vacinas chegaram a Portugal?

Já chegaram 9.750 doses de vacinas, o número de doses que estava previsto. Mas a ministra da Saúde anunciou que segunda-feira, 28 de dezembro, chegará um novo carregamento com 70.200 doses.

No total, Portugal vai receber 79.950 vacinas ainda em 2020.

Quem são os primeiros a ser vacinados?

A primeira fase vai abranger 950.000 portugueses, ou seja, cerca de 10% da população portuguesa. A opção pretende-se com a necessidade de garantir que há garantidamente vacinas disponíveis para a segunda dose que tem de ser ministrada com um intervalo de pelo menos 21 dias para garantir a sua eficácia. Há três grupos prioritários para acesso à vacinação num primeiro momento:

  • Pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório. Este grupo abrange cerca de 450.000 pessoas.
  • Residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados e os respetivos profissionais. São cerca de 250.000 pessoas, que serão vacinadas nas respetivas unidades em que se encontram.
  • Profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados e profissionais das Forças armadas e de segurança (cerca de 300.000 pessoas).

Entre estes grupos prioritários, os primeiros a ser vacinados serão os profissionais de saúde, especificamente dos centros hospitalares de São João, do Porto, de Coimbra, de Lisboa-Norte e de Lisboa-Central. Com a entrega de mais 70.000 doses, 60% dos profissionais de saúde identificados já na primeira fase deverão ser vacinados.

E a restante população?

Há ainda mais duas fases de vacinação. Na segunda fase de vacinação, que no pior cenário começará em junho, estão abrangidas 2,7 milhões de pessoas que podem ser divididas em dois grupos:

  • Pessoas com 65 anos ou mais sem qualquer outra patologia, ou seja, cerca de 1,8 milhões de pessoas.
  • Pessoas entre os 50 e os 64 anos com diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial e ainda com a possibilidade de se vir a incluir outras patologias. Este grupo abrange 900.000 pessoas.

Na terceira fase deverá ser vacinada o resto da população, se houver vacinas disponíveis. Se o ritmo de distribuição da vacina for lento, poderão ser criados mais subgrupos.

É obrigatório ser vacinado contra a Covid-19?

A vacina em Portugal é facultativa. No entanto, é altamente recomendável a sua toma para atingir a imunidade de grupo e quebrar cadeias de transmissão do novo coronavírus.

Há outras vacinas além da Pfizer/BioNTech?

A União Europeia já assinou sete acordos com diversas farmacêuticas. Com a Pfizer, a primeira vacina aprovada pelo regulador europeu, acordou-se a distribuição de 200 milhões de doses. Porém, há ainda a possibilidade de receber 160 milhões de doses da Moderna (que deverá ser aprovada no início de janeiro), 300 milhões da AstraZeneca/Oxford, 300 milhões da Sanofi-GSK, 200 milhões da Johnson & Johnson e 405 milhões da CureVac. Mais recentemente, Bruxelas acordou a distribuição de 100 milhões de doses com a Novavax.

Já se sabe que a Portugal chegarão: 6,9 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, 4,5 milhões de doses da Pfizer/BioNTech, 4,5 milhões da Johnson&Johnson, 1,9 milhões da Moderna e quatro milhões de doses da CureVac. Porém, é importante realçar que ainda só foi aprovada a vacina contra Covid-19 da Pfizer.

No total, quanto é que o Estado vai gastar?

No âmbito da aquisição conjunta da União Europeia, Portugal vai investir cerca de 200 milhões de euros, segundo números avançados no início do mês.

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