Fusão Seguradoras Unidas é caso estudado no Brasil

  • ECO Seguros
  • 4 Janeiro 2021

A tese concluiu por ineficiência (de ganhos) resultante da fusão de 2016. Mas, como o estudo decorreu pouco tempo após a operação, foi difícil validar totalmente os resultados.

Uma tese de mestrado que analisou a eficiência pós-fusão na operação que, há alguns anos, deu lugar à Seguradoras Unidas, foi aproveitada como tema de interesse académico em publicação da Confederação brasileira de seguradoras.

Selecionada para integrar o capítulo da “Produção Académica em Seguros” e ilustrar o tema “Impacto Econômico das Fusões e Aquisições em Seguros”, a tese de Lucileyd Jordão de Ceita é referência na edição de novembro do boletim “Conjuntura CNseg”, uma publicação periódica da Confederação Nacional das Seguradoras brasileiras (CNSeg).

Trata-se de um trabalho de dissertação de Mestrado em Economia, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, (sob orientação do docente Manuel Francisco Magalhães Cabugueira), com o título “Impacto económico das fusões e aquisições em seguros: Estudo de caso: Seguradoras Unidas.”

A tese analisa a fusão que deu origem às Seguradoras Unidas no mercado segurador português.
De acordo com o resumo acessível no Repositório Científico Lusófona, “A decisão de realizar uma fusão ou aquisição representa uma opção estratégica no contexto empresarial, e existem diferentes motivações para tal operação, entre as quais obtenção de sinergia, diversificação, poder de mercado e redução de custos”.

Neste contexto surgiu a tese final de dissertação, que teve como objetivo “analisar se existe ganho de eficiência após a concretização de um processo de fusão e aquisição”. Para tanto, o estudo começou por olhar para o mercado segurador português nos dez anos anteriores à operação, “particularizando o caso mais recente das Seguradoras Unidas”, entidade atualmente diluída na Generali-Tranquilidade e que resultou da fusão da Açoreana, Tranquilidade, Seguros Logo e T-vida.

A análise teve como objetivo “estimar o valor da eficiência através da relação entre a produção e os recursos disponíveis”. Segundo concluiu o estudo académico, “tanto a Tranquilidade como a Açoreana nem sempre foram eficientes nos últimos dez anos, e após a fusão em 2016 que originou as Seguradoras Unidas, tornou-se numa companhia com valores de ineficiência com base no modelo DEA, ou seja, ainda têm um longo caminho a percorrer na otimização dos recursos disponíveis”.

Através da utilização do modelo da Análise Envoltória de Dados (DEA), a autora concluiu que, apesar de a fusão ter alçado as Seguradoras Unidas à segunda posição na participação na produção do mercado de seguros do ramo não vida, “o resultado final ainda é uma companhia ineficiente do ponto de vista técnico”, atalhou a tese redigida em 2019.

Entretanto, tanto quanto refere a nota publicada no boletim mensal Conjuntura CNseg: “em sua conclusão, a tese elucida que a presente ineficiência se deve ao crescimento experimentado e que, devido ao pouco tempo corrido desde a fusão, ainda não é possível validar totalmente os resultados”, já que as operações de fusão e aquisição “criam valor às empresas adquirentes a longo prazo”.

Por isso, “a mestranda recomenda estudos futuros, utilizando inclusive outros métodos de análise”.

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