Bruxelas autoriza vacina da AstraZeneca

A Agência Europeia do Medicamento aprovou a vacina desenvolvida pela AstraZeneca contra a Covid-19 para pessoas maiores de 18 anos. Também a Comissão Europeia já deu luz verde à vacina.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) deu “luz verde” à vacina desenvolvida pela AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford contra o novo coronavírus, anunciou o regulador esta sexta-feira. Horas depois, a Comissão Europeia deu um parecer positivo, autorizando o uso da terceira vacina contra a Covid-19 no bloco comunitário.

A EMA recomendou [à Comissão Europeia] a atribuição de uma autorização de comercialização condicional para a vacina da AstraZeneca para prevenir a Covid-19 nas pessoas a partir dos 18 anos”, escreveu o regulador do Twitter.

Em comunicado, publicado na sua página oficial, a EMA refere que “o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) avaliou exaustivamente os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou por consenso uma autorização de comercialização formal condicional concedida pela Comissão Europeia“.

Neste contexto, o regulador europeu sublinha que os quatro ensaios clínicos realizados no Reino Unido, Brasil e África do Sul, que envolveram no total 24.000 pessoas, demonstram que a vacina conta o novo coronavírus desenvolvida pela AstraZeneca, em conjunto com a UE se revelou “segura e eficaz” em pacientes com mais de 18 anos.

Contudo, a EMA sublinha que “a maioria dos participantes desses estudos tinha entre 18 e 55 anos”, pelo que “ainda não há resultados suficientes” para avaliar com a exata certeza se será adequada para pessoas com mais de 55 anos. “No entanto, espera-se proteção, visto que uma resposta imune é observada nessa faixa etária [dos 18 aos 55 anos] e com base na experiência com outras vacinas”, refere o regulador europeu. Na quinta-feira, o Governo alemão desaconselhou a administração da vacina para maiores de 65 anos, devido à falta de dados.

Também a diretora-executiva da EMA aplaude a aprovação, apontando que vai permitir expandir “ainda mais o arsenal de vacinas disponíveis para a UE e para os Estados-membros da EEA [Área Económica Europeia] para combater a pandemia e proteger os seus cidadãos”, diz citada na nota de imprensa.

Horas depois, também a Comissão Europeia deu “luz verde” à vacina da AstraZeneca. “Acabámos de autorizar a vacina da AstraZenca no mercado europeu, após o parecer positivo da EMA“, confirmou a Presidente da Comissão Europeia, no Twitter. Além disso, Ursula Von der Leyen espera que a farmacêutica entregue “as 400 milhões de doses previstas”, assegurando que a instituição vai continuar a “fazer tudo o que estiver ao nosso alcance garantir vacinas para os europeus, nossos vizinhos e parceiros em todo o mundo”.

 

Com este parecer do regulador europeu, trata-se da terceira vacina a ser aprovada dentro do bloco comunitário, depois da Pfizer/BionTech (a 21 de dezembro) e da Moderna (a 6 de janeiro), podendo agora a vacina da AstraZeneca começar a ser distribuída pelos Estados-membros.

Nos últimos dias, o “braço de ferro” entre a farmacêutica anglo-sueca e a União Europeia (UE) tem sido evidente, após a empresa ter anunciado que vai reduzir as entregas contratualizadas devido a quebras na produção. A Comissão Europeia considera as justificações insuficientes e exige o cumprimento do contrato orçado em 336 milhões de euros, que depois de várias polémicas acabou por ser tornado público na íntegra esta sexta-feira, ainda que com algumas partes confidenciais rasuradas.

Em causa está um contrato assinado, em agosto do ano passado, pela Comissão Europeia com a AstraZeneca para aquisição de 300 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, com uma opção de compra de mais 100 milhões de doses.

Além da AstraZeneca, também a Pfizer comunicou à UE atrasos com a produção de vacinas. Nesse sentido, a instituição liderada por Ursula Von der Leyen aprovou esta sexta-feira um mecanismo de autorização de exportação de vacinas para a Covid-19, com o objetivo de garantir de transparência do processo e as doses suficientes para os cidadãos do bloco comunitário. Medida entra em vigor a partir deste sábado.

Com uma eficácia a rondar os 60% — quando as duas doses da vacina da AstraZeneca são administradas com um intervalo de quatro a 12 semanas –, esta vacina é mais barata e também mais fácil de armazenar do que as concorrentes da Pfizer e Moderna, podendo ser conservada num frigorífico comum, o que torna a logística menos complicada na sua distribuição. De salientar, que a vacina da Moderna pode ser armazenada por seis meses a -20 graus para transporte e armazenamento de longo prazo, enquanto a da Pfizer requer temperaturas muito mais baixas para o armazenamento.

(Notícia atualizada ás 18h32 com a aprovação da Comissão Europeia)

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