BRANDS' TRABALHO O papel do candidate experience na estratégia das organizações
Edivaldo João, Consultant EY, People Advisory Services explica como a experiência do candidato pode impactar positiva ou negativamente no negócio da organização.
A capacidade para atrair e reter talentos tem sido identificada, como um dos principais desafios para as organizações, relativamente à agenda das pessoas, para os próximos anos.
A aposta na experiência do candidato (candidate experience) tem sido uma das estratégias que as organizações têm utilizado, para melhorarem os seus índices de desempenho na atração e retenção de talentos.
A experiência do candidato pode ser entendida como a forma que um candidato a emprego perceciona, sente e responde aos processos de recrutamento & seleção de uma determinada organização. Esta fase inicia-se com a pré-candidatura e culmina na integração (on-boarding).
Da mesma forma que as organizações se preocupam com a experiência do colaborador, ou a com a experiência do cliente, também deverão se preocupar com a experiência do candidato, uma vez que esta pode ter impactos significativos na estratégia de atração e retenção de talento, bem como nos resultados financeiros e reputacionais das organizações.
O relatório CANDE 2019 (Candidate Experience), da organização não-governamental Talent Board, que tem como objetivo a promoção da qualidade e importância da experiência do candidato para as organizações, revela que a experiência do candidato foi identificada como sendo uma das iniciativas prioritárias das organizações, no que diz respeito às estratégias de atracão e retenção de talento para os próximos anos. O relatório foi elaborado com base num survey, no qual participaram mais de 13 mil candidatos a emprego, de cerca de 40 organizações da região EMEA (Europe, Middle East and Africa).
Tal como foi referido, a experiência do candidato pode impactar positiva ou negativamente no negócio da organização. Quando os candidatos avaliam a experiência, de todo o processo de R&S, como sendo positiva, tendem a:
- aumentar os seus níveis de satisfação e, consequentemente, poderá aumentar o índice de retenção de colaboradores;
- referenciar a organização a outros potenciais candidatos, mesmo quando não são selecionados para integrar a organização;
- ficar disponíveis para participarem em outros processos de R&S da organização, caso não tenham sido selecionados no anterior;
- comprar ou referenciar os produtos da organização, mesmo quando não são selecionados;
- falar bem da organização aos seus contactos, contribuindo para o fortalecimento do employer branding da organização.
Por outro lado, quando os candidatos possuem uma perceção negativa sobre o processo de R&S, tendem a:
- aumentar os níveis de insatisfação, causada pelo choque de expectativas e, consequentemente, poderá originar o turnover voluntário;
- não referenciar a organização a potenciais candidatos, ou não participar e desaconselhar os seus contactos de participarem nos processos de R&S da organização;
- não comprar ou desaconselhar os seus contactos a não comprarem os produtos da organização;
- falar mal da organização aos seus contactos, contribuindo para o enfraquecimento employer branding da organização.
Atualmente, os processos de R&S deixaram de ser unidirecionais e passaram a ser bidirecionais (two way process), ou seja, deixamos o velho paradigma, no qual apenas as organizações avaliavam os candidatos e passamos para um novo paradigma, no qual os candidatos também avaliam as organizações.
Por norma, durante processo de R&S, os candidatos querem:
- ter acesso a informações sobre o negócio da organização, mesmo antes de se candidatarem;
- informações detalhadas sobre a função para a qual se vão candidatar;
- indicações detalhadas sobre como poderão candidatar-se;
- informações sobre as políticas de remuneração, carreiras e avaliação de desempenho;
- entrevistas orientadas e objetivas;
- possibilidade de fazerem um follow up das suas candidaturas, até a fase de decisão;
- utilizar ferramentas tecnológicas que simplifiquem o processo de candidatura e as restantes fases do processo de R&S;
- processos de R&S curtos;
- feedback sobre cada uma das fases do processo de R&S, seja ele positivo ou negativo;
- processo de on-boarding verdadeiramente inclusivo, entre outros…
Neste sentido, para que possam fortalecer as suas estratégias de atracão e retenção de talento, é fundamental que as organizações consigam dar respostas a tais exigências, utilizando práticas que garantam:
- o fornecimento de informações detalhadas sobre a sua atividade de negócio, sobre a vaga em aberto, os procedimentos de candidatura, as políticas de remuneração, carreiras e gestão do desempenho;
- processos de R&S orientados e objetivos;
- a aquisição de ferramentas tecnológicas que simplifiquem o processo de R&S;
- realização de processos de R&S curtos, sempre que possível;
- feedback sobre cada uma das fases do processo de R&S, seja ele positivo ou negativo;
- práticas de on-boarding verdadeiramente inclusivas e orientadoras entre outras.
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