Capacidade de rastreio quase triplicou entre dezembro e fevereiro
Marta Temido destacou que houve uma “melhoria e expansão da linha SNS24”, um reforço da capacidade laboratorial e o estabelecimento do programa centralizado de financiamento de cuidados intensivos.
A capacidade de rastreio dos casos de covid-19 quase triplicou entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, disse esta quarta-feira a ministra da Saúde, que assumiu que a resiliência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi “posta à prova”.
Numa audição na Comissão de Saúde, na Assembleia da República, em Lisboa, Marta Temido lembrou que as autoridades avançaram também com a “simplificação dos inquéritos epidemiológicos” e a “adoção de modelos colaborativos” a este nível, que, de acordo com a governante, permitem “na maioria do país” a garantia de contacto com as pessoas nas primeiras 24 horas.
“[Quero] referir também o reforço da capacidade de rastreio das autoridades de saúde pública, quer através da mobilização de funcionários da administração central e local, estudantes e de elementos das forças de segurança e armadas. Em 13 de dezembro, o número de profissionais, equivalentes a tempo integral, a realizar inquéritos epidemiológicos era de 427 e em 4 de fevereiro ultrapassavam os 1.100”, afirmou.
Entre as medidas de resposta à pandemia de Covid-19, Marta Temido lembrou também a “melhoria e expansão da linha SNS24”, o reforço da capacidade laboratorial através de um programa vertical de reforço orçamentado em 8,4 milhões de euros, “que permitiu passar de uma autonomia de 6.000 testes PCR por dia para cerca de 22.000 só na rede SNS”, e o programa centralizado de financiamento de cuidados intensivos.
Neste âmbito, a ministra da Saúde indicou a compra de mais de 1.100 ventiladores desde o início da pandemia e revelou também ter assinado na terça-feira um despacho que autoriza uma “despesa de mais de nove milhões de euros para ampliação” de outros serviços de medicina intensiva nos hospitais do SNS.
Já sobre os recursos humanos, Marta Temido destacou o regime excecional de contratação para a resposta à Covid-19, permitindo “a celebração de 8.452 contratos que ainda se encontram ativos, dos quais mais de 1.300 já foram convertidos em contratos sem termo”, sendo que outros 800 estão em concurso e mais 1.251 são “suscetíveis de conversão ate ao final do primeiro trimestre”.
Segundo a intervenção de abertura da governante aos deputados da Comissão, a rede pública de saúde contava no final de 2020 com mais 9.123 trabalhadores, entre os quais 614 médicos especialistas, 3.263 enfermeiros e 3.207 assistentes, que se traduziu num aumento da despesa que estava prevista.
Reconhecendo um mês de janeiro que colocou “duramente” à prova o SNS, Marta Temido vincou que “a resposta foi dada” e que a capacidade de trabalho demonstrada tornou todo o sistema “mais forte”.
A governante apontou como metas para este ano a “aceleração da vacinação e a expansão da testagem”, a “recuperação das necessidades assistenciais não Covid” e a “aprovação do estatuto do SNS”, para concretizar ainda no primeiro semestre.
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