Empresas estão a entrar em “período de exaustão”, avisa CIP

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) relembrou também que "em setembro terminam as moratórias", sendo assim necessário pensar-se na criação de novos estímulos.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) esteve reunida esta quinta-feira com o Presidente da República, onde pôde dar a conhecer as preocupações e dificuldades tidas pelas empresas durante a pandemia. Em declarações aos jornalistas, António Saraiva revelou que as empresas estão a “ficar exaustas” e que “já não aguentam” os constrangimentos que a Covid-19 tem colocado à sua atividade.

“É necessário perceber que estamos a atingir um período de exaustão”, disse o presidente da CIP a propósito da situação das empresas, à saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa. Esclarecendo que as “empresas terão a capacidade de manter os postos de trabalho que as suas vendas e receitas permitirem”, António Saraiva alertou que, se estas continuarem baixas e “se a perspetiva de futuro não vier a reforçar essas receitas”, as empresas correrão o risco de ter de “cair em restruturações”.

Referindo que é necessário “olhar para toda a realidade empresarial” e não apenas para as grandes empresas, o presidente da CIP relembra que “em setembro terminam as moratórias”, cujo impacto financeiro ronda os “46 mil milhões de euros”. São assim necessárias, na ótica de António Saraiva, que sejam pensados novos estímulos para que, nessa altura, as empresas consigam garantir a sua subsistência.

Assim, a CIP apela ao Governo para “retirar ensinamentos” da situação que tem sido vivida pelas empresas e para agir “por antecipação”, definindo-se “metodologias” para que não seja necessário “ir atrás do problema”. Só dessa forma será possível “minorar as consequências” que têm resultado das constantes renovações do estado de emergência.

António Saraiva destaca ainda que estas “medidas de apoio à economia”, atribuídas pelo Estado, devem ser “criteriosas” e ser capazes de “acompanhar” os sucessivos prolongamentos do estado de emergência, de forma a permitir uma preservação de “postos de trabalho” e da “capacidade produtiva das empresas”.

Nestes últimos dois dias, Marcelo Rebelo de Sousa tem-se reunido com os parceiros sociais, estando em cima da mesa a situação das empresas. Na quarta-feira, foi a vez da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), da União Geral de Trabalhadores (UGT) e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Esta quinta-feira as audiências arrancaram com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), seguindo-se a CIP e, finalmente, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).

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