Alfredo Casimiro disponível para ir ao aumento de capital da Groundforce se for “nos termos da lei”

Se o aumento de capital avançar e o acionista privado não acompanhar, a TAP poderá passar a ser a maior acionista da Groundforce. Mas o empresário diz ao ECO que poderá participar na operação.

O acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, admite a possibilidade de aumentar o capital da empresa de handling, mas sinaliza que não o fará nos termos propostos pelo outro acionista, a TAP. A proposta para uma operação de reforço dos capitais da Groundforce que pudesse resolver a falta de liquidez para pagar salários, fornecedores e impostos foi feita este domingo pela companhia aérea e aguarda ainda resposta oficial.

“A minha resposta é simples: nos termos da lei, estou disposto a ir ao aumento de capital e corresponderei a minha parte“, respondeu Casimiro quando questionado pelo ECO sobre a proposta feita pelo outro acionista, a TAP, de um aumento de capital da empresa de handling no valor de 6,97 milhões de euros, o que permitiria pagar os salários de fevereiro em falta e suportar os encargos salariais enquanto não há retoma de atividade.

Dentro dos termos da lei, estou disponível para convocar uma assembleia geral para deliberar um aumento de capital necessário para a empresa, no qual estou disponível a acompanhar e até a comprar algumas ações da TAP“, reafirmou. Numa conversa telefónica que o próprio quis gravar, recusou clarificar o porquê de sublinhar que só entra numa operação que esteja dentro da lei ou se considera que a proposta do outro acionista não cumpre esses requisitos.

A Groundforce tem 500 mil euros de capital e passará a ter 7,47 milhões com esta operação, mas o acionista privado (e maioritário com 50,1%), tem de aceitar esta proposta para que ela venha a ser efetivada. Alfredo Casimiro ainda não respondeu à proposta recebida no domingo numa carta assinada pelo chairman e CEO da TAP (que detém 49,9% das ações), Miguel Frasquilho e Ramiro Sequeira respetivamente, enviada com cópia para o Ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, a que o ECO teve acesso.

Aliás, foi assim que o empresário soube da proposta. “Li no ECO 40 minutos antes de receber o e-mail com a proposta”, explica Casimiro, acrescentando: “As relações acionistas discutem-se em assembleias gerais e não na comunicação social“.

Se a operação avançar e Alfredo Casimiro não acompanhar com outros 7 milhões de euros, a TAP poderá passar a ser a maior acionista da Groundforce. No entanto, além do empresário é preciso que também a Comissão Europeia aprove esta operação já que a TAP está a receber apoio público. E mesmo que o faça deverá haver condições, tal como já aconteceu antes de se ter chegado à atual estrutura acionista.

Nascida em 2003, a empresa de handling era totalmente detida pela TAP, que foi forçada pela Autoridade da Concorrência europeia a vender a maioria do capital. A privatização, com a alienação aos espanhóis da Globália, acabou por gerar uma guerra acionista e a participação acabaria em 2008 nas mãos da banca. Em 2012, o Governo fecha novo negócio com o Grupo Urbanos de Alfredo Casimiro.

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