Costa quer “controlar” Groundforce e não apenas “libertar acionistas das obrigações perante os trabalhadores”

Primeiro-ministro diz que o Governo tem feito um "esforço" para responder à situação na Groundforce, "em particular para assegurar o pagamento dos salários em dívida" aos 2.400 trabalhadores.

O Governo quer garantias que de ficará a controlar a Groundforce e que não irá apenas pôr dinheiro na empresa para libertar os acionistas. A clarificação foi dada pelo primeiro-ministro António Costa, esta quarta-feira no Parlamento, em relação à proposta de aumento de capital da empresa de handling.

“Apresentámos uma proposta de aumento de capital, que permitisse assegurar o pagamento dos trabalhadores, mas naturalmente com as garantias de que esse reforço dos recursos financeiros da Groundforce tem como contrapartida o controlo da empresa e não tem como contrapartida simplesmente a libertação dos atuais acionistas das obrigações que têm perante os seus trabalhadores“, respondeu Costa, no debate parlamentar sobre política geral.

O chefe do Governo respondia às questões do PCP, sendo que Jerónimo de Sousa criticou o que diz ser um “claro aproveitamento” da epidemia para atacar trabalhadores. O comunista defende que o Estado fique com o controlo da empresa para garantir o pagamento dos salários dos 2.400 trabalhadores (que ainda não receberam parte do ordenado de fevereiro), uma situação que Costa diz estar prevista na solução que está atualmente em cima da mesa.

No domingo, a TAP (que detém diretamente 43,9% da Groundforce e indiretamente, através da Portugália, os restantes 6%) propôs um reforço dos capitais da Groundforce em 6,97 milhões de euros através da emissão de 697 mil novas ações com o valor nominal de 10 euros. O acionista privado Alfredo Casimiro (que através da Pasogal é dono de 50,1% da empresa de handling) já respondeu, pedindo que seja marcada uma assembleia geral de acionistas para considerar esta possibilidade.

Mantém-se assim em aberto quando ficará resolvido o problema, uma situação que Costa diz estar a acompanhar. “Creio que tem sido público o esforço que o Governo tem vindo a fazer para responder à situação na Groundforce, em particular para assegurar o pagamento dos salários em dívida aos trabalhadores. Ontem mesmo tive oportunidade, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, de falar com um grupo de representantes dos trabalhadores da Groundforce sobre o que está em cima da mesa”, acrescentou o primeiro-ministro.

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