Sonae com vendas recorde. Pandemia pesa nos lucros, mas dividendo sobe 5%

Lucros encolheram para menos de metade face ao ano anterior por causa da pandemia. Ainda assim, 2020 fica para a história com um recorde de vendas, com o online a mais do que duplicar.

A Sonae fechou 2020 com lucros, mas menores que os registados no ano anterior devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus nas contas da holding. A Covid-19 passou fatura ao resultado líquido, mas não impediu a empresa liderada por Cláudia Azevedo de alcançar um recorde de receitas, com o retalho alimentar e a Worten a destacarem-se. E as vendas online mais do que duplicaram.

“Apesar dos impactos negativos causados pela Covid-19, tanto a nível operacional como no que diz respeito à reavaliação de ativos, o resultado líquido da Sonae atribuível a acionistas foi positivo e atingiu 71 milhões de euros em 2020″, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM. O EBITDA, por seu lado, encolheu para 631 milhões.

Os lucros apresentaram uma queda de 57,2%, face aos 166 milhões de 2019, que contempla uma redução de 91 milhões no valor das propriedades de investimento da Sonae Sierra. A Sonae Sierra foi fortemente castigada pela pandemia, tendo em conta que as restrições para travar a Covid-19 mantiveram muitos espaços comerciais fechados ou praticamente encerrados. Mas a Sonae MC, que detém o Continente, brilhou.

“O volume de negócios consolidado cresceu 6,1% para mais de 6,8 milhões de euros, um valor recorde“, refere a Sonae, notando que este feito em ano de pandemia se deve sobretudo ao contributo positivo da Sonae MC e da Worten.

“O crescimento em 2020 foi fortemente impulsionado pelas vendas online, sendo que os principais negócios de retalho atingiram quotas de mercado online bastante acima das suas quotas de mercado já de liderança no offline“, diz a empresa liderada por Cláudia Azevedo.

“O total das receitas agregadas de e-commerce dos negócios da Sonae mais do que duplicou em 2020, atingindo cerca de 480 milhões de euros, o que comprova as competências digitais dos negócios da Sonae, num contexto de súbita aceleração do e-commerce”, remata.

Mais investimento, menos dívida. Dividendo sobe

Apesar do contexto, a “Sonae continuou a apostar no desenvolvimento dos seus negócios, tendo o investimento total atingido os 502 milhões de euros, mais 25,7% ou 103 milhões do que no ano anterior”, nota a empresa. “Este capex da Sonae significativamente superior ao de 2019 demonstra a força financeira do grupo e confiança nas atuais estratégias dos seus negócios”, diz.

O crescimento do investimento não pesou na dívida. “A Sonae gerou um free cash flow de 220 milhões antes de dividendos pagos”, o que permitiu uma diminuição de 4% da dívida líquida face ao final de 2019, para 1.103 milhões de euros“, sendo que a perspetiva é de que conseguirá continuar a baixá-la mesmo com mais dividendos.

O “Conselho de Administração irá propor à Assembleia Geral Anual de Acionistas o pagamento de um dividendo de 0,0486 euros por ação, 5% acima do dividendo distribuído no último ano“, diz a Sonae. “Este dividendo corresponde a um dividend yield de 7,4%, com base na cotação de fecho de 31 de dezembro de 2020 (que se situou em 0,66 euros), e a um payout ratio de 85% do resultado direto consolidado atribuível aos acionistas da Sonae”.

(Notícia atualizada às 7h21 com mais informação)

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