Groundforce já pagou salários de março. Abril está garantido mas maio não

Dinheiro da venda dos equipamentos à TAP está a esgotar-se e o apoio da Segurança Social vai diminuir no próximo mês, colocando em causa o pagamento dos salários dos 2.400 trabalhadores em maio.

Os trabalhadores da Groundforce já receberam os salários referentes a março. As transferências chegaram às contas entre esta segunda e terça-feira, apenas uma semana depois de terem recebido os salários de fevereiro. A gestão da empresa de handling garante ter capacidade para pagar o próximo mês, mas maio já não é assegurado.

O impacto da pandemia na aviação e na atividade da Groundforce levou a uma rutura de tesouraria e à impossibilidade de pagar a horas os salários de fevereiro aos 2.400 trabalhadores. Após avanços e recuos nas negociações entre Governo e acionista para encontrar uma solução, a Groundforce e a TAP fecharam, no dia 19 de março, uma operação de venda de todos equipamentos da primeira à segunda, o que permitiu desbloquear 7 milhões de euros para remunerações, impostos e pagamentos a fornecedores.

Tendo em conta que foram pagos apenas a 22 de março, os trabalhadores temiam pelos salários, mas o atraso não voltou a acontecer e os salários de março foram já transferidos. Esta segunda-feira, o CEO Paulo Leite e o diretor de Recursos Humanos Eric Teixeira chamaram a Comissão de Trabalhadores (CT) e os principais sindicatos para uma reunião na qual lhes informou que, em abril, os salários estão também garantidos graças à venda dos equipamentos, bem como às verbas do apoio à retoma e ainda à faturação.

Com uma queda da atividade superior a 75%, a empresa tem recorrido desde agosto ao apoio à retoma. Em abril, cerca de 400 trabalhadores manter-se-ão com redução máxima e mais de 600 com reduções superiores a 50%. Mas no próximo mês, o valor do apoio pode diminuir. “Em maio perspetiva-se uma ligeira retoma da atividade, deixando a empresa de se enquadrar na quebra máxima prevista no apoio à retoma (mas mantendo o enquadramento nos níveis inferiores de quebra previstos na legislação)”, refere um comunicado conjunto de sete sindicatos, após o encontro.

O dinheiro da operação de sale and lease back vai terminar e o que vem da Segurança Social e dos clientes pode não chegar para pagar salários em maio. A solução encontrada sempre foi vista como temporária e ambos os acionistas — a TAP que detém 49,9% e a Pasogal de Alfredo Casimiro com os restantes 50,1% — concordam que é preciso encontrar uma alternativa mais alargada.

Esta solução poderá ser o empréstimo bancário de 30 milhões de euros com garantias públicas, que está a ser trabalhado e que deverá contar com uma garantia pública de 90%, assegurada pelo Banco Português de Fomento através da linha Produto Garantias Financeiras Covid-19. “A empresa continua empenhada em obter o financiamento de 30 milhões de euros, de forma a poder encarar o futuro próximo com estabilidade”, sublinha a Comissão de Trabalhadores, num outro comunicado sobre o mesmo encontro com o CEO.

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