Todos os ativos da Groundforce passam para a TAP. Transferência de salários já foi concluída

Solução de sale and leaseback foi acordada entre as duas empresas para desbloquear financiamento para pagar os salários de fevereiro em atraso de 2.400 trabalhadores. Foi esta sexta-feira aprovada.

O Conselho de Administração da Groundforce aprovou a venda de 7 milhões de euros em equipamentos à TAP, segundo apurou o ECO junto de fonte próxima das negociações. A reunião aconteceu esta sexta-feira e permite assim avançar com a solução para desbloquear o financiamento para pagar os salários em atraso de 2.400 trabalhadores.

A TAP — maior cliente da empresa de handling e também acionista — propôs-se na quinta-feira comprar equipamentos no valor de 7 milhões de euros e a subalugá-los para uso da empresa de handling. A solução temporária permite desbloquear de forma imediata liquidez para pagar salários de fevereiro que ainda estão em atraso.

“Após ter recebido assinados os contratos relativos à aquisição dos equipamentos acima mencionados, procedeu hoje às transferências necessárias ao pagamento dos salários em causa”, confirmou a TAP em comunicado. Garantiu que “processará no dia próprio os pagamentos devidos aos trabalhadores da SpDH e relativos aos salários de março de 2021”.

Numa audição parlamentar esta quinta-feira, o chairman da companhia aérea Miguel Frasquilho explicou que em causa estão tratores push backs, escadas ou autocarros. “Será feito ainda um levantamento”, disse. Segundo apurou o ECO, foram incluídos no acordo todos os ativos da empresa.

A aprovação dos termos do contrato de venda por parte do conselho de administração da empresa de handling foi conseguida com três votos a favor, a abstenção do acionista privado Alfredo Casimiro e um voto contra. Este era o passo que faltava para o desbloqueio. A expetativa é que os salários sejam pagos nos próximos dias.

No entanto, esta solução é apenas temporária. Ambos os acionistas — a TAP que detém 49,9% e a Pasogal de Alfredo Casimiro com os restantes 50,1% — concordam que é preciso encontrar uma alternativa mais alargada. “Trata-se de uma solução de curto prazo e, nas próximas semanas, é necessário que as partes continuem a trabalhar e a encontrar-se para conseguir uma solução estrutural”, defendeu Frasquilho na quinta-feira.

Essa solução poderá ser o empréstimo bancário de 30 milhões de euros com garantias públicas, que está a ser trabalhado. Casimiro atribui os problemas da empresa à falta deste apoio. “A Groundforce necessita da prometida ajuda do Estado enquadrada nas linhas covid, no valor de 30 milhões de euros, para assegurar a sua sobrevivência imediata”, apelou na sua intervenção na mesma comissão parlamentar também na tarde desta quinta-feira.

Este empréstimo deverá contar com uma garantia pública de 90%, assegurada pelo Banco Português de Fomento através da linha “Produto Garantias Financeiras Covid-19“, a mesma que foi utilizada na Efacec, apurou o ECO. No entanto, este ainda não está aprovado e poderá ser inferior aos 30 milhões de euros pretendidos pela empresa.

(Notícia atualizada às 19h15)

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