APED diz que decretar teletrabalho até ao final do ano é “excessivo” e intrusivo para as empresas

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considera que a decisão de prolongar o teletrabalho até ao final do ano nos concelhos mais afetados pela pandemia é “excessiva”. Para Gonçalo Lobo Xavier essa decisão do Governo é uma intrusão na vida das empresas e é uma medida com “perigos” que não pode ser aplicada a todas as empresas.

Temos dificuldade em entender certas medidas“, admite em entrevista ao Dinheiro Vivo este sábado, afirmando que “as empresas precisam de ter alguma orientação e gerir expectativas”. “É preciso desconfinar e que as empresas retomem ritmos de trabalho sem pôr em causa a saúde pública“, defende, assinalando que o teletrabalho foi uma “ferramenta muito interessante no seu momento” e que não põe em causa a sua utilização.

Contudo, “anunciar já que o teletrabalho se vai manter regra até ao final do ano parece-nos excessivo”. Mais: é “meterem-se demais na vida das empresas”. Para Gonçalo Lobo Xavier esta é uma “solução interessante mas também tem perigos e não é para todas as áreas de negócio”. Desde logo, “o teletrabalho faz perder algo do encontro entre colaboradores, do networking, põe em causa alguma produtividade e não pode ser solução por decreto e muito extensa“. Além disso, tem um impacto “tremendo” no consumo dado que os trabalhadores ficam em casa.

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