TAP já gastou quase 100 milhões de euros com a reestruturação

Custos não recorrentes relacionados com a reestruturação pesaram nas contas da companhia aérea de 2020. Há mais 93 milhões de euros provisionados com o mesmo propósito.

A atividade da TAP afundou em 2020 atirando a companhia aérea para os piores resultados de sempre. A principal razão para o mau desempenho foi a quebra no negócio causada pela pandemia, que foi parcialmente compensada pelos cortes nos custos. A compensação não foi maior devido ao peso que o plano de reestruturação já teve nas contas da empresa.

Os gastos operacionais da TAP em 2020 ascenderam a 2.024,9 milhões de euros, uma diminuição de 37,7% face ao ano anterior, segundo anunciou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este decréscimo nos custos é “maioritariamente explicado pela redução significativa dos custos variáveis”, em função do ajustamento da capacidade, das negociações com fornecedores e lessors e das medidas laborais como a não renovação de 1.042 contratos de trabalho a termo certo e adesão a medidas de apoio à retoma.

Em sentido contrário, esta alínea das contas da empresa foi penalizada pelos “custos não recorrentes com imparidades (44,1 milhões de euros) e reestruturação (96,1 milhões de euros)“, explica a TAP. Aliás, apesar do balanço do ano ser de diminuição nos custos, no quarto trimestre do ano houve mesmo um agravamento nos gastos associados a “provisões para custos de reestruturação não recorrentes”. No final do ano, a TAP tinha registadas nas contas provisões para a reestruturação de 93,2 milhões de euros.

Em dificuldades há um ano devido às restrições impostas pelos países para controlar a pandemia de Covid-19, a TAP recebeu, no ano passado, 1,2 mil milhões de euros em apoio público condicionado a um processo de reestruturação. Apesar de ainda aguardar resposta da Comissão Europeia ao plano proposto pelas autoridades portuguesas, a companhia aérea avançou com medidas que permitiram já cortar custos.

A redução nos gastos não foi, no entanto, suficiente para colmatar o impacto da pandemia nas receitas e a TAP registou o pior resultado de sempre em 2020, com prejuízos de 1.230 milhões de euros. Para 2021, a empresa sublinha que o negócio irá depender da evolução da pandemia e do plano de vacinação “que ditará a velocidade da recuperação económica doméstica e internacional, principalmente nos países que são os principais mercados da TAP”.

O plano de restruturação prevê uma “recuperação lenta” da atividade da empresa, “tentando acomodar a maior incerteza do setor no ano de 2021, tal como projetado pelos organismos o setor”. A redução da massa salarial, corte de custos operacionais e reconfiguração da frota estão entre os pilares da reestruturação, que a TAP espera que

Ainda assim, a companhia aérea está confiante face à implementação da reestruturação. “O plano de reestruturação prevê que a TAP atinja um resultado operacional equilibrado até 2023, assegurando uma situação que permita fazer face aos compromissos financeiros nas suas maturidades. Nesta data, aguarda-se a conclusão das negociações em curso com a Comissão Europeia para aprovação do Plano de Reestruturação que deverão concluir-se brevemente”, acrescenta.

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