BRANDS' TRABALHO Uma família ou uma carreira?
Beatriz Marques, Senior Consultant EY, People Advisory Services, fala da conciliação entre maternidade e carreira e enumera algumas das empresas que se destacam nos incentivos à parentalidade.
Atualmente, cerca de 94% das mulheres sentem dificuldades em conciliar a maternidade com uma carreira de sucesso. Existe até o pensamento de que uma coisa não é compatível com a outra e, no mundo das organizações, a verdade é que, infelizmente, alguns dos colaboradores ainda são obrigados a fazer estas escolhas.
Enquanto indivíduos, acredito que somos seres holísticos, compostos por um conjunto de motivações que nos devem preencher de diferentes formas. Se analisarmos a pirâmide de Maslow, facilmente compreendemos que no topo da pirâmide está a realização pessoal, focada naquilo que é o desenvolvimento pessoal, as conquistas e o talento. Contudo, alguns layers abaixo, encontramos o aspeto social, que traduz o amor, a família, a amizade, e a comunidade. Uma coisa não invalida a outra e ambos trarão felicidade.
Este já era um tópico sensível para as organizações e, perante a situação pandémica que vivenciamos, muito mais relevância ganhou. Fomos colocados à prova, a repensar naquilo que será mais importante para nós e em tudo o que queremos fazer, sem adiar planos, sem adiar sonhos. Assim, quando a opção é, de facto, construir uma família e em simultâneo uma carreira de sucesso, é necessário que as organizações tenham abertura e apoiem os seus colaboradores.
Quanto aos incentivos, têm vindo a ser promovidos diferentes tipos, nomeadamente, licenças de maternidade, licença de paternidade, licenças para adoção e licenças de assistência à família.
Algumas das organizações começam assim, lentamente, a fazer alguns ajustes, com intuito de promover ambientes mais inclusivos, para atrair e reter talento.
Assim, quais são as empresas que se destacam nos incentivos à parentalidade?
- Microsoft
Influenciada pelas políticas de parentalidade nos Estados Unidos, a Microsoft oferece uma licença generosa de cinco meses remunerados para as “novas mães” e três meses para pais assim como para pais adotivos. Para além disso, utilizam o seu poder de influência para moldar outras empresas com quem interagem, como por exemplo os seus fornecedores, a implementar as mesmas medidas. - Netflix
A Netflix, conhecida por ser uma empresa dinâmica, com ritmo acelerado, de alto impacto e com boas condições, elevou a fasquia ao oferecer um ano inteiro de licença remunerada para mães e pais. Os pais podem voltar em regime part-time durante esse período, se desejarem, ou, regressar e sair novamente dentro desse período, tendo os seus salários e benefícios totalmente assegurados. - Deloitte
A Deloitte é conhecida por todo o mundo pelas suas sólidas políticas de licença parental. O tempo médio de licença remunerada para as novas mães é de 22 semanas, enquanto para os novos pais, a média é de 16 semanas. Além dos apoios financeiros, desenvolveram no local de trabalho um espaço destinado aos pais que regressam ao trabalho, com programas específicos onde recebem conhecimento e boas práticas para apoiar as suas carreiras e famílias. É ainda de estacar o programa “Deloitte Dads” que pretende criar equidade nas licenças, incentivando os homens a usufruir da licença. - Snap
As empresas de social media tornam-se cada vez mais atrativas para as novas gerações, não só como forma de entretenimento, mas também como entidade empregadora. O Snap demonstra-se inovador no que se refere às suas políticas de parentalidade. Para além das licenças de maternidade e parental totalmente remuneradas, a organização oferece programas de assistência de barriga de aluguer, benefícios de preservação da fertilidade, acesso a uma rede de médicos que providenciam especialistas de saúde mental e de gravidez.
Estas são algumas organizações que estão a redesenhar as práticas de parentalidade, contudo, em Portugal ainda há um enorme caminho pela frente. Para além de incentivos específicos a adotar, também é fulcral assegurar a condução das carreiras sem lugar a prejuízo.
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