“Tecnicamente, não sou devedor do Novo Banco”, diz ex-responsável da Ongoing

A Ongoing deixou dívidas de 600 milhões no Novo Banco. Rafael Mora diz que teve responsabilidade na contratação dos créditos, mas Nuno Vasconcellos era o responsável máximo pela área financeira.

Tecnicamente, não sou devedor do Novo Banco”, afirmou esta quarta-feira Rafael Mora na comissão de inquérito ao banco. A Ongoing deixou dívidas por pagar na ordem dos 600 milhões, mas o ex-administrador do grupo, que assumiu responsabilidade pela contratação dos créditos, referiu que Nuno Vasconcellos era o responsável máximo pela área financeira.

“Se tive responsabilidade na contratação do crédito? Sim, não sou cínico”, disse Rafael Mora aos deputados. A quem atribui a responsabilidade então, questionou o deputado do PS João Paulo Correia. “Não tenho o direito de atribuir a responsabilidade pelos créditos, mas quem tinha o pelouro financeiro da Ongoing chama-se Nuno Vasconcellos”, lembrou.

Rafael Mora argumentou que tecnicamente não é responsável pelas dívidas da Ongoing porque já tinha saído do grupo quando os créditos deixaram de ser pagos e quando “empresas foram desviadas” para uma offshore no Panamá, a Affera.

Também disse que, “no que diz respeito à área financeira, cumpria ordem do dono do grupo [Vasconcellos] porque era ele quem geria”. Aliás, “as relações com o BES eram da responsabilidade pessoal de Nuno Vasconcellos”, contou Rafael Mora, dizendo que “pouco participava”.

Antes, Rafael Mora disse ter dificuldade em identificar a dívida de 600 milhões de euros da Ongoing. “Consigo identificar 400 milhões de dívida”: 200 milhões para compra de ações da PT, 24 milhões para compra do Diário Económico, 80 milhões para comprar o grupo editorial brasileiro ‘O Dia’ — uma operação feita através da EJESA, a empresa da Ongoing para o Brasil — e 100 milhões de financiamento à empresa tecnológica RealTime Corporation.

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