Variante Delta já é responsável por 70% dos novos casos em Portugal

A variante Delta continua com uma tendência crescente em Portugal, sendo responsável por 70% dos novos casos de infeção. Portugal pode atingir 240 casos por 100 mil habitantes dentro de 6 dias.

Portugal poderá atingir uma taxa de incidência de 240 novos casos por 100 mil habitantes em cerca de seis dias indica o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgado esta sexta-feira, acrescentado que esse valor já foi ultrapassado na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. A variante Delta continua com uma tendência crescente em Portugal, sendo responsável por 70% das novas infeções no país.

O número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi de 200 casos, verificando-se uma “tendência crescente a nível nacional”. O Algarve é a região do país, a nível continental, onde este indicador é mais elevado (422 casos por 100 mil habitantes), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (344 casos), o Alentejo (108), o Norte (99) e o Centro (95).

“Todos os grupos etários apresentam uma tendência crescente da incidência”, apontam as autoridades, referindo, ainda assim, que a maior taxa de incidência continua a verificar-se nos cidadãos entre os 20 e os 29 anos.

O índice de transmissibilidade (chamado o Rt) está agora em 1,16 a nível nacional e em 1,17 no continente. Este indicador é também superior a 1 em todas as regiões do continente, estando também neste ponto a verificar-se uma tendência de agravamento, na região Norte, no Centro e no Alentejo. Não obstante, o valor mais elevado é na região do Algarve (1,28).

Relatório de monitorização das “Linhas Vermelhas” divulgado a 2 de julhoFonte: DGS e INSA

Nesse sentido, a DGS e o INSA avisam que “a manterem-se estas taxas de crescimento”, Portugal poderá atingir a “linha vermelha” de 240 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias, “em menos de 15 dias (cerca de 6 dias) ao nível nacional e entre 15 e 30 dias nas regiões do Norte, Centro e Alentejo“. As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve “já ultrapassaram este limiar”, sinalizam as autoridades de saúde.

Por outro lado, as autoridades revelam que até esta quinta-feira tinham sido sequenciadas 10.382 amostras do vírus, que permitem detetar a prevalência das variantes nos casos detetados. Nesse sentido, foi possível constatar que a variante Delta (B.1.617.2), associada à Índia, foi responsável por 69,5% dos novos casos detetados em Portugal, entre 14 e 20 de junho, isto uma semana depois de ter sido relevado que esta estirpe já é dominante no país.

Ao nível da prevalência, segue-se a variante Alpha (B.1.1.7), associada ao Reino Unido, sendo que durante o período analisado foi responsável por 28,5% dos novos casos sequenciados. Esta estirpe, dominante no país até maio, foi “em grande parte substituída pela variante Delta em todo o Continente”, sinalizam as autoridades. Quanto à variante Gamma (associada a Manaus, no Brasil) que indica “uma transmissão pouco frequente e sem tendência crescente”. Quanto à Beta (B.1.351), associada à África do Sul, não foi identificado qualquer caso de infeção resultante desta estirpe, entre 14 e 20 de junho.

Relativamente ao número de internados em unidades de cuidados intensivos, a tendência tem sido também crescente, com 113 camas ocupadas, o que corresponde “a 46% (semana passada 43%) do limiar definido como crítico de 245 camas ocupadas”. ” No último mês, o aumento da atividade epidémica tem condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos cuidados intensivos“, avisam as autoridades de saúde. O maior impacto é na região de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve e está associada à disseminação crescente da variante Delta.

Por outro lado, a proporção de testes positivos (3,2%) está a crescer, apesar de continuar abaixo do definido 4% e de se ter aumentado a testagem nos últimos sete dias. Além disso, nos últimos sete dias, 90% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e 78% dos seus contactos foram rastreados e isolados. Não obstante, verifica-se um aumento considerável na proporção de casos confirmados notificados com atraso, que se situa agora nos 7,5%, contra os 4,2% na semana anterior.

(Notícia atualizada às 21h27)

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