Vacinas tiveram 8.470 reações adversas suspeitas, 39% foram “graves”

Já foram notificadas 8.470 reações adversas suspeitas associadas às vacinas contra a Covid-19 em Portugal. Trata-se de uma taxa de notificação de apenas 0,09%. Mais de um terço foram "graves".

Desde que arrancou a campanha de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, foram registadas mais de oito mil reações adversas no portal RAM após a toma de vacinas, em mais de oito milhões de doses administradas. Trata-se, portanto, de uma taxa de notificação de apenas 0,09%. Apesar de a maioria das reações adversas, em termos absolutos, continuarem a ser associadas à vacina da Pfizer, a vacina da AstraZeneca lidera as “queixas” em termos de taxa de notificação.

Em território nacional, já foram reportadas 8.470 reações adversas notificadas no portal RAM e potencialmente associadas à toma das vacinas contra o novo coronavírus, num universo de mais 8,47 milhões de doses administradas, segundo consta no último relatório divulgado pelo Infarmed.

Importa sublinhar que estes são casos potencialmente associados à vacinação, pelo que podem não ter necessariamente uma relação causal com a vacina administrada. Assim, do total de mais de oito mil reações adversas suspeitas notificadas até ao passado domingo, 27 de junho, 5.180 (61%) foram classificadas como “graves” e 3.290 (39%) como “não graves”.

Das reações notificadas como “graves”, 1.9474 foram classificadas como “clinicamente importantes” (23%), 943 geraram incapacidade (11%), 252 motivaram hospitalização (3%), 93 representaram “risco de vida” (1%) e 55 culminaram em mortes (0,6%). “Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada”, sublinha a entidade liderada por Rui Ivo.

Não obstante, mialgia (2.638), cefaleia (2.341), dor no local de injeção (2.203) e pirexia (2.156) são as reações adversas mais frequentes. A maioria das reações adversas foi notificada em mulheres (5.926 casos no total, dos quais 2.317 classificados como “graves), 1.779 em homens (dos quais 642 considerados “graves”) e 764 cujo género é desconhecido (dos quais 330 “graves”). Assim, o somatório aponta para 8.469 reações adversas notificadas, apesar de o balanço do total do Infarmed apontar para 8.470, ou seja, uma discrepância de um caso.

Maior taxa de notificação é associada à Astra

Neste contexto, e à semelhança do que tem acontecido, em termos absolutos, a maioria das suspeitas de reações adversas detetadas em Portugal continua a referir-se à vacina da Pfizer: 5.651 (66,7%). Até ao passado domingo, já tinham sido administradas em Portugal mais de 5,8 milhões de doses da Pfizer em Portugal, o que significa que a percentagem de reações adversas notificadas é de apenas 0,096%.

Quanto à vacina da AstraZeneca foram notificadas 2.133 reações adversas em Portugal, o que representa 25,2% do total. Não obstante, e apesar de a taxa de notificação de reações adversas relativamente a esta vacina se manter baixa: 0,14% do total de doses administradas (em quase 1,5 milhões de vacinas), a vacina da farmacêutica anglo-sueca é a que tem a maior taxa de notificação de reações adversas suspeitas face ao total de vacinas administradas.

Por fim, no que concerne à vacina da Moderna foram notificadas 556 reações adversas em Portugal, num um total de mais de 842 mil doses administradas. Contas feitas, isto significa que do total de reações adversas detetadas no país, apenas 6,6% foram da Moderna, o que poderá também ser explicado pelo facto de haver menos doses disponíveis desta vacina. Trata-se, portanto, de uma taxa de notificação de 0,066%.

Já no que respeita à vacina da Janssen, foram notificadas apenas 130 reações adversas em Portugal, num um total de mais de 268 mil vacinas administradas. Isto significa apenas 1,53% do total de reações adversas suspeitas notificadas em território nacional. Trata-se de uma taxa de notificação de 0,048%.

 

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